Terça-feira, 19 Março

20 Anos de «O Sexo e a Cidade»

Foi a 6 de junho de 1998 que a HBO estreava o primeiro episódio de Sex and the City (Sexo e a Cidade), uma série de televisão baseada num livro homónimo de Candace Bushnell, Scott B. Smith e Michael Crichton.

Ao longo de seis temporadas* assistimos às aventuras das quatro amigas Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), Samantha Jones (Kim Cattrall), Charlotte York (Kristin Davis) e Miranda Hobbes (Cynthia Nixon) pela cidade de Nova Iorque.

Carrie Bradshaw é a autora de crónica jornalística sobre relações e sexo. Samantha Jones é a relações públicas desbocada, destemida e sempre disponível para relações sem compromisso. Charlotte York trabalha numa galeria de arte, encarna a figura da eterna romântica e sensível que acredita no amor para a eternidade e Miranda Hobbes é a advogada racional e a mais prática do grupo. 

Os 94 episódios da série HBO receberam vários prémios e marcaram a história da televisão ao abordar temas sensíveis e sobretudo pelo foco que sempre deu ao papel da Mulher na sociedade de então.

Parece mentira que este projeto criado por Darren Star tenha feito 20 anos e que apesar de ter terminado em 2004, continua a ser marcante. A justificação prende-se como o facto de que para além do seu cariz cómico, teve como protagonistas quatro mulheres fortes que sempre lutaram por vingar numa cidade agitada e que colocaram de parte estereótipos vigentes.

Carrie Bradshaw mostrou ao mundo que nem todas as mulheres nasceram para ter filhos e que a felicidade podia ser alcançada com a compra de uns sapatos Manolo Blahniks, de um vestido Chanel ou de uma mala Dior.

Miranda Hobbes lutou para se afirmar como advogada de sucesso num escritório de advocacia dominado por homens. Charlotte York, a mais tradicionalista do grupo de amigas, provou que não há nada de errado em ser monogâmica e maternal e Samantha Jones é talvez a personagem mais referenciada da série nos dias de hoje. O seu espírito despreocupado e apetite sexual único, mostrou às mulheres que tal desejo e forma de estar na vida não é algo que só os homens podem atingir.

Até junho de 1998, nunca (numa série de televisão) ninguém havia abordado brinquedos sexuais, orgasmos ou masturbação feminina.

A relação estreita entre a série HBO e a moda também é um ponto essencial. Sex and the City é, ainda hoje, uma instituição no que à moda diz respeito. Enquanto esteve no ar, as quatro atrizes substituíram modelos nas capas das revistas, muito graças ao incrível trabalho da figurinista Patricia Field e à sempre incrível Sarah Jessica Parker, que ainda hoje é presença assídua nos editoriais de moda, nos desfiles, autora de uma crónica jornalística e protagonista de campanhas para as mais reconhecidas e importantes Casas de Moda. Nova Iorque sempre foi uma capital da moda, mas com Carrie/Sarah, a Moda recebeu um novo ícone.

As quatro mulheres continuam a ser uma inspiração. A série abriu caminho para muitas atrizes, autoras e personagens femininas, sendo, por exemplo, a influência mais óbvia para o sucesso mais recente de Girls de Lena Dunham ou até de alguns projetos menos óbvios ou conhecidos do público como Desperate Housewives, Devious Maids  ou Mistresses.

Sex and the City expôs de forma explícita que uma mulher não precisa de ser bonita ou magra para ser bem-sucedida, mostrou a força e a importância de uma amizade saudável. O Sexo e a Cidade tornou-se um clássico e ainda hoje, passados 20 anos ninguém conseguirá escrever sobre as mulheres Americanas na mudança de século, sem abordar a série ou ignorar o papel destas quatro mulheres no domínio de Manhattan.

“Don’t forget to fall in love with yourself first”.

– Carrie Bradshaw

 

 

*Os filmes «Sex and The City» (em Portugal «O Sexo e a Cidade») e «Sex and the City 2» (em Portugal «O Sexo e a Cidade 2») não foram tidos em consideração para a escrita deste texto.

Notícias