Nesta comédia com tons absurdos mas muito humanos, que marcou a estreia de Hafsteinn Gunnar Sigurdsson nas longas-metragens, seguimos dois homens que trabalham nos anos 80 numa região remota no norte da Islândia a marcar linhas e traços nas estradas e que criam uma amizade incomum, sempre em torno do facto de o mais velho ser namorado da irmã do mais novo. Assim, os dois vão falando dos engates ao fim de semana do mais novo, enquanto o mais velho queixa-se da distância que o separa da namorada e que pode mesmo pôr um término a tudo.
Esta «coming-of-age story» em tempos diferentes da vida de cada um, produzem diálogos, conflitos e descobertas geracionais muito curiosos, quase sempre centrados nas suas relações e a questões sexuais, pois o isolamento e o afastamento da sua vida quotidiana implicam diversos problemas pessoais.
Para os acompanhar nesta viagem há ainda que contar com a desoladora paisagem, onde a Islândia do postal turístico é esquecida e aqui é-nos apresentada para nos fomentar a proximidade do isolamento destes homens.
Um bom e curioso filme que monstra que nos piores momentos, «boys will be boys forever».
Jorge Pereira |