Terça-feira, 30 Abril

«The Grey» (A Presa) por Carla Calheiros

Um avião despenha-se numa zona deserta e gelada. É no meio deste cenário dantesco que a meia dúzia de sobreviventes da queda vai procurar sobreviver. No meio dos ferimentos, e do frio gélido, há ainda um terrível inimigo para estes homens: os lobos. Os homens acabam por se ver liderados por Ottway (Liam Neeson), um caçador de lobos que tenta dar a calma e a esperança de resgate ao debilitado grupo.
 
O filme tem desde o início um tom de crueza e realismo, mesmo na forma como trata o destino previsível dos seus personagens perante todas as adversidades que se lhes vão apresentando. Por isso, e como filme de sobrevivência, “A Presa” triunfa como é apresentado.
 
Entre os momentos de maior tensão e adversidade, vamos conhecendo os personagens, na sua maioria homens marginais, marcados pela perda, mas que se unem no desejo de sobreviver. Aqui ganha maior ênfase a forma como é apresentado Ottway, um homem que há muito perdeu a esperança e até o desejo de continuar a viver, mas cuja adversidade acabou por trazer um novo fôlego.
 
Estes momentos mais dramáticos, e mais evidenciados no último terço do filme, acabam por refrear as sequências de ação, mas acabam por dar uma profundidade inesperada ao filme. Pena é que não saibamos ainda mais sobre o que estilhaçou emocionalmente Ottway. Moral da história: Nunca desistam!.
 
Como filme de sobrevivência “A Presa” tem credenciais,e é suportado pela bela fotografia da paisagem branca do Alasca. Como aspeto negativo, apenas salientar que os confrontos entre homens e lobos acabam por ser atabalhoados e por vezes pouco realistas, mas nada que tire dignidade ao filme. 
 
O Melhor: Liam Neeson é cada vez mais um valor seguro em filmes de ação.
 
O Pior: os confrontos entre humanos e lobos poderia ter mais realismo.
 
 
 Carla Calheiros
 

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