Quinta-feira, 28 Março

São Jorge enche para ver “Um Punk Chamado Ribas”

A data não podia ser mais acertada. A 6 de maio de 1965 nascia João Ribas, figura mítica do punk português, conhecido por bandas como os Ku de Judas, Censurados e Tara Perdida. Cinquenta e quatro anos depois, o São Jorge encheu para assistir Um Punk Chamado Ribas, documentário assinado por Paulo Miguel Antunes, o qual começou a pensar nele ainda antes do músico falecer em 2014.

Ao todo são 23 “as personagens” que passam pelo grande ecrã, todas elas a darem o seu contributo com pequenas e grandes histórias sobre este punk de Alvalade, um homem que recusou ser chamado de ícone e que em concertos chegou a dizer para não lhe baterem palmas, mas mandarem dinheiro.

É também uma viagem a várias imagens de arquivo, a fotografias e lembranças de outras personagens imprescindíveis para o sucesso do cantor, onde se destaca a sua mãe, que na casa em que viviam num prédio de oito andares, permitiu que o seu quarto fosse o estúdio de ensaios das bandas que Ribas liderou.

Foi uma viagem sentida, capaz de tocar em alguns tópicos problemáticos – como as drogas (a overdose que sofreu), a presença da skinheads em concertos (que levaram à morte de um elemento do PSR) – embora sem nunca os explorar. O foco aqui era o músico, a sua paixão, a sua humildade, mas também a arrogância, como o seu manager diz, e o seu forte grau de exigência, segundo João Pedro Almendra.

Ouviram-se muitos dos temas marcantes das bandas por onde passou e culminou-se o documentário com a decisão da Câmara Municipal de Lisboa, por unanimidade, dar o seu nome a um jardim para os lados de Alvalade. João Ribas ficou imortalizado, não só pela música que fez, mas por todos os que influenciou no seu percurso. E eles também surgiram no grande ecrã. 

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