Quinta-feira, 25 Abril

Cinema suíço novamente de luto. Morreu Claude Goretta (1929-2019)

Poucos dias depois da morte do ator Bruno Ganz, o cinema suiço volta a lamentar a perda de um dos seus grandes nomes.

cineasta Claude Goretta morreu em Genebra aos 89 anos de idade, anunciou esta quinta-feira, 21 de fevereiro, o seu filho: “Ele morreu na quarta-feira à tarde em sua casa em Genebra cercado pela família“, disse Lucas Goretta.

Nascido a 23 de junho de 1929 em GenebraGoretta virou-se para o cinema depois de estudar Direito, assinando ao longo da sua carreira mais de quatro dezenas de produções.

Muito próximo do cineasta Alan Tanner, Goretta fundou com ele em 1952 o Cine-Clube de Genebra. Três anos depois vai trabalhar com Tanner nos arquivos do British Film Institute em Londres, começando em 1958 a filmar documentários e reportagens para a Suisse Romande Television (TSR). Antes disso, em 1957, assinou com Tanner a curta documental Nice Time.

No caminho até à sua primeira longa metragem, Le Fou, em 1970, assinou curtas de ficção escritas com outro cineasta suíço, Michel Soutter, e em 1968, fundou a produtora Groupe 5, com Alain Tanner, Jean-Louis Roy, Michel Soutter, Yves Yersin e Jean-Jacques Lagrange. 

O primeiro filme que lhe deu destaque foi O Convite (1973), nomeado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e premiado pelo júri no Festival de Cannes. Seguiu-se Não Tens um Ar Tão Mau Como Isso (1975), com Marlène Jobert e Gérard Depardieu no elenco, e o marcante Uma Rapariga Frágil (1977), obra que recebeu o prémio do júri ecuménico no Festival de Cannes e viu a jovem Isabelle Huppert ser consagrada com o BAFTA de melhor atriz revelação.


Isabelle Huppert em Uma Rapariga Frágil

Em 1980 trabalhou com Bruno Ganz e Nathalie Baye em A Provinciana, fita pela qual foi distinguido no Festival de Berlim. A morte de Mario Ricci (1983), Orfeo (1985), Si le soleil ne revenait pas (1987) e L’ombre (1992) foram outros filmes que assinou. Foi nessa década que começou a trabalhar em exclusivo para a TV, assinando episódios de séries como Maigret

O seu último trabalho foi um telefilme biográfico em torno de Jean-Paul Sartre, Sartre, l’âge des passions, no qual o cineasta se focava nos seus casos amorosos. 

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