Na última gala de entrega dos Goya, o cineasta Pedro Almodóvar fez algumas declarações péssimistas em relação cinema e ao seu futuro em Espanha, abordando o constante encerramento de salas no país: “As circunstâncias não são boas para o cinema espanhol, vivemos num país onde não há um projeto social (…) acho triste porque os políticos não se importam e tenho a sensação que os espectadores também não se importam muito (…) Fecharam quinhentas salas de cinemas nos últimos quatro anos e isso é realmente desastroso, pensar que há regiões onde não há um único cinema … a minha infância teria sido impossível em tal lugar“.
Estas palavras fizeram mossa no seio dos cineastas espanhóis, com nomes como Juan Antonio Bayona a afirmarem estarem “totalmente de acordo com Almodóvar“, mas outros, como Álex de la Iglesia, a discordarem, socorrendo-se domundo digital. “Perdoe-me: eu não concordo. Vivo um momento em que eu posso ver o que quiser, se tiver uma ligação à internet. Chega de nostalgia. Por favor ..“disse o cineasta.
Perdonad: yo no estoy de acuerdo. Vivo una época en la que puedo ver lo que quiera, y mucho más, si tengo conexión a internet. Basta ya de nostalgia. Por favor. https://t.co/IBWBT1AZCs
— De la Iglesia (@alexdelaIglesia) 5 de fevereiro de 2019
Recorde-se que, três anos depois de Julieta, Pedro Almodóvar está de volta com nova longa-metragem, Dolor Y Gloria. O filme marca o reencontro com dois atores que o cineasta ajudou a revelar ao mundo: Penélope Cruz (Tudo Sobre a Minha Mãe) e António Banderas (A Lei do Desejo). A eles juntam-se ainda Asier Etxeandía (Mama) e Julieta Serrano, outra colaboradora frequente do cineasta e que marcou presença em filmes como Matador ou Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos.
