O próximo projeto de Paul Verhoeven (Robocop, Instinto Fatal), Benedetta, volta a reunir o cineasta com os produtores Saïd Ben Saïd, Gerard Soeteman (Turks Fruit; O Livro Negro) e com a atriz Virginie Efira (Elle). Porém, segundo relata o jornal universitário da faculdade de Leiden na Holanda, Soeteman afirmou numa palestra na faculdade que pediu a Verhoeven para não o creditar como argumentista.
Baseado no livro Immodest Acts de Judith Brown (pseudónimo do casal de sucesso Judith Barnard e Michael Fain), Benedetta segue ascensão e queda da irmã Benedetta Carlini, abadessa do convento Madre de Dios, em Pescia, durante o Renascimento. Esta irmã ingressou no convento aos 9 anos e começou a experimentar uma série de visões sobrenaturais aos 23 anos, o que motivou uma investigação minuciosa por parte da igreja e que derivou na documentação do primeiro romance lésbico da história moderna. Diz Soeteman que o cineasta vai focar-se no caracter lésbico da personagem e não nas “maquinações políticas” que ela executa recorrendo à sexualidade. ‘Ela é lésbica e sabe como atrair muita gente com as suas maquinações. Eu não estava preocupado com as relações sexuais desta mulher genial, mas com a constelação política em que ela se movia (…) Não acho que isso seja aceitável“.
Reconhecendo que foi pago pelo trabalho e que não guarda rancor de Verhoeven, Soeteman frisa que o filme deveria ser sobre alguém com as ideias todas erradas: “um Trump, Hitler ou [Geert] Wilders. Burlões que são vistos pelas pessoas como salvadores. Isso é muito mais interessante do que as mulheres que se frustram “.
Benedetta chega aos cinemas em 2019 e conta ainda no elenco com Charlotte Rampling, Clotilde Coureau Louise Chevillote, Lambert Wilson e Olivier Rabourdin. É esperada a sua estreia no Festival de Cannes
