Bernardo Bertolucci morreu aos 77 anos. Foi a sua publicista, Flavia Schiavi, que anunciou a morte do cineasta em casa, em Roma, às 7h00 desta segunda-feira.
Realizador de obras como O Último Tango em Paris, 1900 e O Último Imperador, Bertolucci – que padecia de um cancro – nasceu a 16 de março de 1941, numa rica família na cidade de Parma, no norte da Itália. Filho do conhecido poeta e escritor Attilio Bertolucci, ele próprio ganhou um prémio por poesia aos 21 anos e decidiu tornar-se cineasta.
A sua carreira na realização começou com La commare secca, filme que teve a sua estreia no Festival de Veneza sem grande sucesso junto da crítica: que o comparou a Pier Paolo Pasolini (que escreveu a história) e apontou igualmente semelhanças a Rashomon, de Akira Kurosawa (na época, com apenas 21 anos, Bertolucci negou ter visto essa obra). Um ano antes, o cineasta já tinha estado presente no Lido, desta vez como assistente de realização de Accattone, o primeiro trabalho na realização de Pasolini.
Partner (1968), A Estratégia da Aranha (1970), La Luna (1979) e Os Sonhadores (2003) foram outras fitas de Bertolucci que tiveram a sua estreia no festival de Veneza, destacando-se ainda na sua cinematografia trabalhos como O Conformista, de 1970, O Pequeno Buda (1993) e Beleza Roubada (1996).
O seu último trabalho na realização foi o segmento “Scarpette rosse”, na antologia Venice 70: Future Reloaded. Um ano antes assinou a sua última longa-metragem, Eu e Tu, estreada no Festival de Cannes.
Entre os muitos tributos e distinções que recebeu na sua carreira, onde se incluem dois Oscars por O Último Imperador (realização, argumento), estão ainda a Palme d’Or Honorária do Festival de Cinema de Cannes, em 2011; o Leão de Ouro Honorário do Festival de Cinema de Veneza, em 2007; e o Leopardo de Honra, do Festival de Locarno, em 1997. Ele presidiu o júri de Veneza por duas vezes, em 1983 e 2013, e o júri de Cannes, em 1990.
