Numa entrevista ao c7nema, a publicar brevemente, o realizador português João Botelho (Peregrinação) falou um pouco do seu novo projeto, uma adaptação de O Ano da Morte de Ricardo Reis, livro que o cineasta afirma ser o seu preferido da obra do falecido Prémio Nobel português, José Saramago.
A fita, que começa a ser filmada em abril de 2019, poderá ainda surgir na forma de uma série de cinco episódios: “o filme tem cerca de 1h50, a série serão quase cinco horas (..) o romance merece“. Botelho disse ainda, que como é um livro que faz parte do plano de leitura nacional, poderá ver o filme a fazer uma digressão semelhante à das suas obras anteriores, como Os Maias: “Quando descobri que o cinema em Portugal só existe com apoio do estado, acho que temos de devolver o serviço público”.
No elenco vamos encontrar Chico Díaz no papel de Ricardo Reis, Luís Lima Barreto como Fernando Pessoa, Catarina Wallenstein como Lídia, Victoria Guerra como Marcenda, para além de Adriano Luz e João Barbosa.
Publicado em 1984, a personagem principal é Ricardo Reis, um heterónimo de Fernando Pessoa. Pegando nele, Saramago constrói a narrativa em torno de um exilado no Brasil que regressa a Portugal, em dezembro de 1935. O romance acompanha então os nove meses passados por Ricardo Reis em Lisboa até à sua morte, em 1936: “O Saramago fez uma coisa notável. Ele conta o dia a dia, durante nove meses, do que aconteceu em Portugal (…) e é muito contemporâneo, no nascimento dos fascismos, dos populismos, a asfixia do pensamento“, conclui Botelho.
