Quinta-feira, 28 Março

O filme “Girl” vai ter uma versão adaptada à “moral sexual dos americanos”

Notícia atualizada através de um comunicado do cineasta belga Lukas Dhont:

“Em relação aos relatos feitos esta semana nos media belgas, nós, como cineastas, tivemos algumas conversas internas com a Netflix, nas quais discutimos como alguns dos momentos de ‘Girl’ poderiam ser recebidos fora da Europa. Foi nos dada a opção de poder editar o filme, e sempre foi um diálogo em que os cineastas tinham a palavra mais forte. A versão de “Girl” que será exibida na Netflix será a mesma que estreou em Cannes, nos cinemas da Bélgica e em outras partes do mundo. “

——

Notícia original

Girl (ler crítica), a primeira longa-metragem do belga Lukas Dhondt, vai estar disponível na versão americana da Netflix em janeiro próximo, mas de acordo com o seu produtor em declarações à RTBF, Dirk Impens, a versão que será mostrada ao americanos terá “pequenos cortes” de 2, 3 ou 4 cenas para se enquadrarem com “a moral sexual dos americanos“.

O filme, que segue uma bailarina num processo de transição de género, contém cenas de nudez de uma personagem com 15 anos de idade, algo “inaceitável” para a Netflix: “É muito arriscado para a Netflix, eles não querem arriscar a ser considerados pelo público americano como uma empresa que distribui pornografia” . Para Impens, este acaba por ser um paradoxo pois “em nenhum lugar do mundo se produz tanta pornografia como nos Estados Unidos (mesmo que seja) num circuito completamente separado do circuito mainstream de Hollywood” .

O produtor disse ainda que será o cineasta a fazer esses cortes, pois consideram a melhor opção, em vez de deixar ao critério de outro editor o fazer. Quanto à versão que a Academia de Hollywood vai ter acesso, Impens mostra-se feliz por as regras exigirem a versão original do filme, o que para ele representa uma “pequena vitória“.

Girl estreia em Portugal brevemente através da Legendmain Filmes.

Notícias