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Javier Bardem: “Se pudesse trabalhar com Woody Allen, fá-lo-ia já amanhã”

Entendo que o movimento #metoo, youtoo e todas essas coisas estão a levar alguns atores a mostrarem arrependimento publicamente de terem trabalhado com Woody Allen. Se eu pudesse voltar a trabalhar com ele, fá-lo-ia de novo amanhã de manhã, porque os dois estados dos EUA que se pronunciaram sobre as acusações que pesam sobre ele, ilibaram-no. Devemos ter muito cuidado com as acusações públicas, o linchamento nos Media. Se um dia um juiz condenar Woody Allen, mudaria a minha posição, mas até hoje ele foi considerado inocente. “. Estas foram as palavras de Javier Bardem ontem na 10ª edição do Festival Lumière que está a decorrer em Lyon, França.

O ator espanhol, que trabalhou com Allen em Vicky Cristina Barcelona, deu uma masterclass no certame, tendo falado um pouco da sua carreira, dos seus cineastas fetiche e – claro – do caso Woody Allen.

Bardem vai assim de encontro às palavras de Alec Baldwin, um dos poucos aliados de Allen nos tempos que correm. Timothée Chalamet, Ellen Page, Greta Gerwig [1]Mira Sorvino [2], Griffin Newman, David Krumholtz e Rebecca Hall [3] e muitos mais [2] vieram a público apoiar as alegações de Dylan Farrow – filha adotiva de Allen com Mia Farrow, que diz ter sido abusada sexualmente por Allen quando tinha sete anos de idade. O cineasta nega tudo e métodos forenses das autoridades em dois estados dos EUA (Nova Iorque e Connecticut) deram-lhe razão há várias décadas atrás.

Recorde-se que depois de décadas a executar pelo menos um filme por ano, Woody Allen vai fazer uma pausa na carreira. A Rainy Day in New York, a 48ª longa-metragem de Allen, encerrou as filmagens em novembro de 2017 e deveria ser lançado pela Amazon antes do final do ano, sendo perceptível que o cineasta não estreou o filme em qualquer Festival de Cinema internacional devido ao “caso” Dylan Farrow. 

Para 2019, o realizador não tem nenhum filme para ser lançado e apesar da IMDb listar um “Untitled Woody Allen Project” em pré-produção para 2020, fontes do Page Six dizem disseram há meses atrás que o cineasta ainda precisa garantir financiamento, o que poderá ser difícil, até porque já antes do #MeToo, Allen teria problemas: Os seus filmes não geram dinheiro (…) Há anos que ele passa de um financiador para outro. Ele até foi para a Europa. Mas está sem opções.”. Com o #MeToo, tudo se complicou, revelou a fonte do Page Six: “Woody sempre tem ótimos atores. As estrelas participavam porque isso lhes dava prestígio, mas com o movimento #MeToo, ele é tóxico ”.