Sexta-feira, 26 Abril

Javier Bardem: “Se pudesse trabalhar com Woody Allen, fá-lo-ia já amanhã”

Entendo que o movimento #metoo, youtoo e todas essas coisas estão a levar alguns atores a mostrarem arrependimento publicamente de terem trabalhado com Woody Allen. Se eu pudesse voltar a trabalhar com ele, fá-lo-ia de novo amanhã de manhã, porque os dois estados dos EUA que se pronunciaram sobre as acusações que pesam sobre ele, ilibaram-no. Devemos ter muito cuidado com as acusações públicas, o linchamento nos Media. Se um dia um juiz condenar Woody Allen, mudaria a minha posição, mas até hoje ele foi considerado inocente. “. Estas foram as palavras de Javier Bardem ontem na 10ª edição do Festival Lumière que está a decorrer em Lyon, França.

O ator espanhol, que trabalhou com Allen em Vicky Cristina Barcelona, deu uma masterclass no certame, tendo falado um pouco da sua carreira, dos seus cineastas fetiche e – claro – do caso Woody Allen.

Bardem vai assim de encontro às palavras de Alec Baldwin, um dos poucos aliados de Allen nos tempos que correm. Timothée Chalamet, Ellen Page, Greta GerwigMira Sorvino, Griffin Newman, David Krumholtz e Rebecca Hall e muitos mais vieram a público apoiar as alegações de Dylan Farrow – filha adotiva de Allen com Mia Farrow, que diz ter sido abusada sexualmente por Allen quando tinha sete anos de idade. O cineasta nega tudo e métodos forenses das autoridades em dois estados dos EUA (Nova Iorque e Connecticut) deram-lhe razão há várias décadas atrás.

Recorde-se que depois de décadas a executar pelo menos um filme por ano, Woody Allen vai fazer uma pausa na carreira. A Rainy Day in New York, a 48ª longa-metragem de Allen, encerrou as filmagens em novembro de 2017 e deveria ser lançado pela Amazon antes do final do ano, sendo perceptível que o cineasta não estreou o filme em qualquer Festival de Cinema internacional devido ao “caso” Dylan Farrow. 

Para 2019, o realizador não tem nenhum filme para ser lançado e apesar da IMDb listar um “Untitled Woody Allen Project” em pré-produção para 2020, fontes do Page Six dizem disseram há meses atrás que o cineasta ainda precisa garantir financiamento, o que poderá ser difícil, até porque já antes do #MeToo, Allen teria problemas: Os seus filmes não geram dinheiro (…) Há anos que ele passa de um financiador para outro. Ele até foi para a Europa. Mas está sem opções.”. Com o #MeToo, tudo se complicou, revelou a fonte do Page Six: “Woody sempre tem ótimos atores. As estrelas participavam porque isso lhes dava prestígio, mas com o movimento #MeToo, ele é tóxico ”.

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