Sábado, 27 Abril

Nova biografia diz que Robin Williams sofria de demência nos últimos tempos da sua vida

Uma nova biografia, intitulada Robin (Henry Holt & Co.), escrita por Dave Itzkoff, detalha os estágios finais da vida de Robin Williams, afirmando que ele estava a lutar com uma doença neurodegenerativa progressiva que não foi imediatamente diagnosticada, causando muitos dos sintomas bizarros que minaram a sua vitalidade e que, provavelmente, o levaram ao suicídio.

Diz a Deadline que Williams foi inicialmente diagnosticado com a doença de Parkinson, mas os seus comportamentos no último ano não eram característicos dessa doença, levando alguns a categorizar as drogas, o álcool e a depressão como o seu problema. Eventualmente um neuropatologista diagnosticou-o corretamente: Demência com corpos de Lewy, uma das doença neurodegenerativas progressivas mais comuns, logo após a doença de Alzheimer.

Diz o livro que Williams começou a chorar incontrolavelmente, a esquecer as suas falas e a arrastar o passo nos últimos tempos, citando um exemplo nas filmagens de À Noite no Museu: O Segredo do Faraó (2014), quando chorava diariamente nos braços da maquilhadora Cheri Minns: “Eu disse ao pessoal dele:” Sou maquilhadora. Não tenho capacidade para lidar com o que lhe está a acontecer”, afirmou Minns a Itzkoff. Quando ela sugeriu ao ator o regresso à comédia stand-up como uma maneira de sair da depressão, Williams “apenas chorou e disse: ‘Eu não consigo, Cheri. Não sei mais como. Eu não sei ser engraçado.

O livro aponta ainda o fracasso do seu programa de TV, The Crazy Ones, em 2013, como um ponto em que a saúde de Williams piorou. Ele perdeu peso e a sua voz ficou trémula. Pam Dawber, que se juntou ao elenco de The Crazy Ones numa tentativa de aumentar as audiências, notou grandes mudanças em Williams desde que tinha trabalhado com ele em Mork & Mindy: “Eu chegava em casa e dizia ao meu marido: ‘Algo está errado. Ele está cabisbaixo. Perdeu a faísca. Eu não sei o que é“, diz Dawber no livro.

Recorde-se que Williams – conhecido por filmes como Bom Dia, Vietname (1987), Clube dos Poetas Mortos (1989) e O Bom Rebelde (1997) – suicidou-se aos 63 anos por asfixia. 

Nascido em em Chicago, Illinois (EUA), Williams começou por dar nas vistas na TV tendo apenas em 1980, no filme Popeye, o seu primeiro papel de relevo no cinema. Para além dos filmes já referidos, destaque para a sua participação em obras como Um Russo em Nova Iorque (1984), Despertares (1990), O Rei Pescador (1991), Hook (1991), Nove Meses (1995), Jumanji (1995), O Professor Distraído (1997), As Faces de Harry (1997), Patch Adams (1998), A.I. Inteligência Artificial (2001), Insónia (2002), À Noite, no Museu (2006), 2 Amas de Gravata (2009) e O Mordomo (2013).

Nomeado por quatro vezes aos Óscares, Williams arrecadaria a estatueta de Melhor Ator Secundário em O Bom Rebelde (1997). Em 2005 recebeu o prémio Cecil B. DeMille, atribuído durante a cerimónia dos Globos de Ouro, evento que já o tinha galardoado por quatros vezes como Melhor Ator: em 1979 pela série de TV Mork & Mindy; em 1988 por Bom Dia, Vietname; em 1992 por O Rei Pescador; e em 1994 por Mrs. Doubtfire.

Pelo meio ainda recebeu outro globo pelo seu trabalho vocal no filme de animação Aladino (1993).

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