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Quénia proíbe filme lésbico selecionado para o Festival de Cannes

O Conselho de Cinema do Quénia tomou a decisão de proibir a estreia de Rafiki, o primeiro filme da história do cinema local a fazer parte da Seleção Oficial do Festival de Cinema de Cannes.

O filme, que aborda o relacionamento entre duas mulheres, está assim proíbido de estrear no território. Em causa está uma antiga lei dos tempos coloniais em que as relações homossexuais são puníveis com até 14 anos de prisão. 

Ezequiel Mutua, presidente do Conselho do Cinema do Quénia, chegou a defender o filme no início de abril, afirmando que esta era uma história “sobre as realidades do nosso tempo e os desafios que os nossos filhos terão de enfrentar, especialmente em relação à sua sexualidade“. Já Nelly Muluka, porta-voz do Conselho, defendeu a sua proibição pois a “cultura e as nossas leis reconhecem a família como a unidade básica da sociedade. Desta forma, o Conselho não pode permitir que crianças quenianas tenham acesso a conteúdo lésbico“.

Wanuri Kahiu, a realizadora, já se mostrou desgostoso com a situação, até porque o país já tem acesso a conteúdos LGBT através da Netflix e festivais internacionais que chegam ao Quénia. Assim, o que está em causa é a realização de um filme local sobre o tema, o que para ela é altamente “contraditório“.