Sexta-feira, 26 Abril

Isabel Coixet filma o primeiro casamento lésbico em Espanha

Depois de ter conquistado o Goya de melhor filme, o prémio de realização e  o de argumento por La Librería, a catalã Isabel Coixet vai levar ao cinema a história de duas mulheres que no início do século XX se casaram.

Segundo o El Pais, a história remonta a 8 de junho de 1901, quando duas galegas, Marcela Gracia Ibeas e Elisa Sánchez Loriga, se casaram pela Igreja, com a segunda a fingir que era um homem com o nome Mario Sánchez, conseguindo enganar o pároco da Dumbría (Corunha), Víctor Cortiella. Este foi o primeiro casamento lésbico em Espanha, e o único “oficial” pela Igreja. Posteriormente, os rumores traíram a dupla quando os vizinhos começaram a falar de “um casamento sem homem”, e ambas tiveram que fugir. Elas acabariam por ser detidasa 16 de agosto, no Porto, mas a pressão popular levou a que fossem libertadas após 13 dias. A 6 de janeiro de 1902, Marcela teve uma filha, não sabe de quem. Mais tarde, elas viajaram para Buenos Aires, onde Elisa casou-se com um sexagenário dinamarquês, que descobriu que o casamento era para o interesse . O seu rasto perdeu-se por aí, sabendo-se que o certificado de casamento nunca foi anulado.

Estou muito interessada nessa história de amor porque eles estavam juntas há muito tempo, eles viveram muitas vicissitudes“, disse a diretora, acrescentando: “Elas arriscaram tudo para se casar“, sem pensar que iam escrever uma página da história. 

Elisa y Marcela será produzido pela Rodar y Rodar para a Netflix, que ainda não divulgou se o projeto vai estrear na plataforma ou se terá estreia em sala – pelo menos em Espanha. Natalia de Molina (Techo y comida) e María Valverde (Aquilo Que Nos Une), vencedoras dos prémios Goya no passado, poderão dar vida a estas personagens. 

 

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