Numa entrevista à revista Porter, a atriz Natalie Portman – atualmente com 36 anos – revelou que tem umas “100 histórias” de assédio sexual em Hollywood para contar e que só com o surgimento do movimento #MeToo tomou noção disso mesmo.
Portman deu alguns exemplos, como quando foi convidada por um produtor para o seu jacto privado, uma viagem a dois onde descobriu que só havia uma cama. A estas palavras acrescencem as que já tinha contado na Women’s March onde detalhou como com apenas 13 anos de idade – logo após Leon o Profissional – recebeu correio de alegados fãs com “fantasias de violação“. Portman disse também que antes de fazer os 18 anos, ouviu numa rádio local a existência de um contador em regressão para a data do seu aniversário, tendo a estação descrito o evento como “o dia em que seria legal dormir com a atriz“.
Portman deu ainda exemplos de críticas aos seus filmes onde se falava dos seus “peitos em crescimento“, e ataques por ela não querer dar beijos no grande ecrã, com ela a ser adjetivada de “conservadora” por causa dessa opção: “Eu senti a necessidade de cobrir o meu corpo e inibir a minha expressão e o meu trabalho para enviar uma mensagem ao mundo que sou alguém digna de segurança e respeito“, disse ela. “A resposta à minha atitude, quer em pequenos comentários sobre meu corpo, quer em declarações deliberadas e ameaçadoras, serviu para controlar o meu comportamento através de um ambiente de terrorismo sexual”.
A atriz, que durante os Globos de Ouro de 2018, mostrou o descontentamento contra o sexismo da indústria, isto após só estarem nomeados homens para a categoria de melhor realizador, assumiu desde então um papel mais ativo na luta contra o sexismo e o assédio de Hollywood, estando atualmente bastante ativa na campanha Time’s Up .
