Sábado, 27 Abril

Charlotte Rampling : “Trabalhar com Woody Allen foi uma experiência artística extraordinária”

Em declarações no Festival de Roterdão, registadas pelo La Voz de Galicia, a atriz Charlotte Rampling contrariou a tendência recente de mostrar arrependimento em trabalhar com Woody Allen, afirmando que colaborar com ele em Recordações (1980) foi extraordinário e que lamenta muito o que está atualmente a acontecer com o realizador.

Reconhecendo que é muito importante falar do problema do assédio sexual, e não querendo definir tudo como uma caça as bruxas, a britânica diz que estamos a assistir a um verdadeiro overacting nos EUA sobre o tema, posicionando as suas ideias ao lado de ícones do cinema francês, como Catherine Deneuve, Juliette Binoche ou Fanny Ardant: “Sem duvidar de todas as colegas que estão a denunciar o sofrimento, sinto um ar de processo executado em coro (…) É, paradoxalmente, uma reação que entra no puritanismo em que os EUA foram fundados “.

Antes disso, Rampling começou por não negar as evidências de assédio sexual na indústria do Cinema, afirmando que soube de algumas histórias de colegas, mas que nunca sofreu com isso diretamente: «Deixei a Inglaterra muito jovem para filmar obras com uma grande carga sexual e muito controversas, como Os Malditos (1969)[na imagem acima] e O Porteiro da Noite (1974). Mas era o cinema de autor, era Visconti ou Liliana Cavani e parece que isso impunha um respeito geral. E tinha membros do elenco como Dirk Bogarde, um cavalheiro. Trabalhei duas vezes com Sean Connery e duas vezes com o Fabio Testi, que deve ter sido o tipo mais desejado do planeta».

Brincando com a questão, Rampling diz que o mais próximo que teve de assédio sexual foi nas filmagens de 45 anos, quando teve de aguentar com o então septuagenário Tom Courtenay a andar de boxers pelo set. “Foi horrível“, disse entre risos.

Notícias