Sexta-feira, 19 Abril

“Crowdfunding” continua a produzir nomeações aos Oscars

 

O crowdfunding já se enraizou profundamente na indústria do cinema e as 14 nomeações aos Oscars que filmes financiados (totalmente ou parcialmente) no Kickstarter são um exemplo bem claro dessa tendência. Mais. Este é o oitavo ano consecutivo em que pelo menos um dos nomeados aos prémios da Academia passou pela plataforma.

Loving Vincent (A Paixão de Van Gogh) é dos exemplos recentes mais marcantes do sucesso do “crowdfunding”. Nomeado ao Oscar de melhor animação, o filme de Dorota Kobiela e Hugh Welchman concorre ao lado de gigantescas produções da Disney ou da Blue Sky. 

Numa grande entrevista ao c7nema, em outubro passado, o duo falou do que achava destas plataformas de financiamento, admitindo que “elas abrem tantos canais a pessoas que não conseguem financiamento de outra maneira“. 

Welchman detalhou mesmo como usaram o serviço do Kickstarter: “Queríamos para uma coisa muito específica, porque já tínhamos dinheiro para o desenvolvimento da ideia dado pelo Instituto do Cinema da Polónia. Mas eles não nos deram dinheiro para treinar os pintores, e nós não tínhamos dinheiro para contratar animadores para este tipo de trabalho, até porque eles não existiam. (…) Foi também através do Kickstarter que encontramos dois dos nossos investidores privados, pois não estávamos a ter sorte nenhuma com os financiadores da indústria do Cinema. E com o dinheiro destes investidores conseguimos começar a produção. E só quando entramos em produção conseguimos reunir algum material, que usamos em anúncios a procurar pintores.


Dorota Kobiela e Hugh Welchman

Para além de A Paixão de Van Gogh, há mais dois nomeados este ano aos Oscasr que passaram pelo Kickstarter. Joe’s Violin, de Kahane Cooperman, está indicado para melhor curta documental, tendo sido ajudado no pós-produção com o apoio de 272 patrocinadores que juntaram mais de 50 mil dólares (40,7 mil euros). Já Pear Cider and Cigarettes, de Robert Valley, está nomeado para melhor curta de animação. 895 pessoas apoiaram o projeto na fase do pós-produção e na aquisição de direitos musicais, contribuindo com cerca de 29 mil dólares (23,6 mil euros).

O Kickstarter é uma grande parte do nosso sucesso“, diz Raphaela Neihausen, produtora de Joe’s Violin. Já Robert Valley, acrescentou: “Nunca poderia ter avançado com este projeto sem os meus patrocinadores no Kickstarter“.

O primeiro projeto do Kickstarter a ser nomeado aos Oscares foi Sun Come Up, nomeado em 2011 a melhor curta documental. Seguiram-se The Barber of BirminghamIncident in New Baghdad em 2012; Inocent, Kings Point e Buzkashi Boys em 2013; The Square em 2014; Finding Vivian Maier em 2015; e World of Tomorrow, Anomalisa e Racing Extinction em 2016.

Inocente venceu mesmo o Oscar de melhor curta documental.

 

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