Sexta-feira, 19 Abril

Tarantino sobre o caso Weinstein: «Sabia o suficiente para ter feito mais do que fiz»

Em entrevista, Quentin Tarantino – que trabalhou com Harvey Weinstein em alguns de seus filmes mais bem sucedidos, incluindo a Pulp Fiction – afirmou que lamenta não ter feito nada para auxiliar as supostas vítimas do produtor, o qual foi acusado de assédio sexual e mesmo violação por dezenas de mulheres: «Havia mais do que apenas os rumores normais, as fofocas normais», disse ele ao New York Times, acrescentando que «Não lhe foi dito em segunda mão. Eu sabia que ele fez algumas dessas coisas (…) Gostaria de ter tomado responsabilidade pelo que ouvi. Se tivesse feito o que devia ter feito, não teria trabalhado com ele».

Tarantino disse ainda que estava ciente do acordo entre Rose McGowan e Weinstein e que a sua namorada de então, Mira Sorvino, havia lhe contado sobre um incidente envolvendo o produtor, em que este fez avanços indesejados: «Eu não queria acreditar que ele fazia isso tão abertamente. Eu fiquei, como: ‘A sério? A sério?’ Mas o que eu pensei na época é que ele estava particularmente interessado na Mira», disse Tarantino.

Esta entrevista ocorreu depois de nesta semana o realizador de Cães Danados e Os Oito Odiados se pronunciar sobre o caso numa publicação da atriz Tamblyn: «Desde a semana passada que fiquei atordoado e desolado com as revelações que surgiram sobre meu amigo de há 25 anos, Harvey Weinstein. Preciso de mais alguns dias para processar a minha dor, as emoções, a raiva e a memória e então falarei em público sobre isso».

Recorde-se que o caso Weinstein tem feito as machetes da imprensa um pouco por todo o mundo, com atrizes como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Ashely Judd, Léa Seydoux, Cara Delevingne, Kate Beckinsale, Mira Sorvino e Asia Argento a revelarem situações de assédio sexual e mesmo violações executadas ao longo de décadas pelo magnata. O caso mais recente foi o de uma modelo italiana que diz que em 2013 foi violada por Harvey num hotel.

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