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Harvey Weinstein quebra o silêncio e volta pedir «segunda oportunidade»

 

Numa rara entrevista a Emily Smith da Page Six [1] (Via Indiewire), Harvey Weinstein quebrou o silêncio e afirmou que está «profundamente devastado» pelas acusações que têm surgido na imprensa e que levaram mesmo ao fim do seu casamento de dez anos com Georgina Chapman. E apesar de admitir que precisa de ajuda e prejudicou muita gente, Harvey continua a afirmar que todas as relações sexuais que teve foram consensuais.

«Perdi a minha esposa e os meus filhos, a que amo mais do que qualquer outra coisa. Sou inteiramente responsável pela sua decisão. Não tentei travar Georgina quando discutimos a separação, e encorajei-a a fazer o que o seu coração mandava. Eu sei que ela tem que fazer o que é melhor para as crianças, para ela e para os seus negócios, pois emprega 130 pessoas. Eu não quero que ela ou os meus filhos sofram mais do que já aconteceu. Eu realmente amo a Georgina, e espero que um dia nos possamos reconciliar, embora agora não sei se isso poderá acontecer», afirmou.

Já numa entrevista enviada à TMZ, Harvey admite que «não está muito bem» e que está «tentando [o seu] melhor», referindo que «todos cometemos erros» e que ainda espera que possa ter uma «segunda oportunidade» na indústria do Cinema. 

Recorde-se que o caso Harvey Weinstein surgiu na sequência das peças jornalisticas do New York Times e da The New Yorker, que revelaram situações de assédio sexual e mesmo violações ao longo de décadas, com muitos dos casos a serem abafados através de acordos extra-judiciais. A Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Ashely Judd, Léa Seydoux [2], Cara Delevingne e Asia Argento, entre outras, juntou-se hoje Kate Beckinsale, que contou que quando tinha 17 anos foi chamada ao quarto do magnata da Weinstein Co. e que foi assediada – algo que Harvey não se lembrava anos mais tarde, chegando até a fazer piadas.


Kate Beckinsale

O caso já há muito saiu da esfera de Hollywood, tendo havido mesmo declarações oficiais do Festival de Cannes [3], enquanto a British Academy of Film and Television Arts (BAFTA) suspendeu a filiação do produtor. Já a Academia de Ciências e Artes Cinematográficas vai reunir-se de emergência no sabádo para tormar uma decisão sobre o caso.

No mundo da política, Barack Obama e Hillary Clinton também já vieram a público condenar as atitudes de Weinstein, que foi demitido [2] pelo conselho de gerência da própria empresa que criou.

Finalmente, uma nota para o facto da polícia de Nova Iorque, Los Angeles e Londres ter aberto inquéritos sobre as acusações feitas pelas inúmeras alegadas vítimas.