Quinta-feira, 28 Março

Morreu George A. Romero, o “mestre dos mortos-vivos”

Morreu George A. Romero, conhecido pelo universo do terror como o “mestre dos mortos-vivos”, não o responsável pela sua introdução no cinema mas pela redefinição, ainda hoje incontornável, de tais criaturas, graças à sua trilogia Dead (Night of the Living Dead, Dawn of Dead, Day of the Dead).

Segundo a família, o cineasta faleceu durante o sono, ao som da banda sonora de The Quiet Man (O Homem Tranquilo, 1952), filme de John Ford que consistia num dos seus favoritos. Romero encontrava-se numa “severa batalha contra o cancro dos pulmões”. Tinha 77 anos.

The Night of Living Dead (A Noite dos Mortos-Vivos, 1968) foi a sua primeira longa-metragem e possivelmente o seu filme mais marcante, onde, sob a inspiração da literatura de Richard Matheson, unia zombies com questões político-sociais. Ao contrário do senso comum, George A. Romero não trabalhou exclusivamente com estas criaturas algures entre a vida e a morte, conta-se comédias dramáticas (There’s Always Vanilla, 1971), dramas fantásticos (Hungry Wives, 1972), vampirismo psicológico (Martin, 1978), ação punk-medieval (Knightriders, 1981) e outras incursões no género de terror (Creepshow em 1982, Monkey Shines em 1988, Bruiser em 2000).

Obviamente, foram os mortos-vivos que o tornaram célebre e de certa forma provedor desse mesmo subgénero. Depois de Night’, expandiu esse apocalipse com Dawn of the Dead (Zombie – A Maldição dos Mortos-Vivos, 1978), que funcionou como uma mórbida critica ao consumismo e capitalismo, Day of the Dead (Dia dos Mortos, 1985), uma afronta às classes sociais estabelecidas e passando alguns anos, apostando noutra trilogia “de morte” com Land of the Dead (Terra dos Mortos, 2005), onde devolveu a astúcia ao subgénero, Diary of the Dead (Diário dos Mortos, 2007), um found footage sobre a queda do mundo moderno e Survivor of the Dead (A Ilha dos Mortos, 2009), um regresso ao signo da série Z.

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