Quinta-feira, 18 Abril

O tributo de Angelina Jolie às vítimas do Khmer Vermelho

Angelina Jolie visitou recentemente o Camboja, país onde o seu novo filme feito para a Netflix, First They Killed My Father, teve a sua estreia no sábado à noite.

Durante a estadia, Jolie prestou um tributo aos sobreviventes dos casamentos forçados nos tempos de governação no país (na altura denominado de Kampuchea Democrático) por parte do Khmer Vermelho (1975-1979), liderados por Pol Pot. 

Um número desconhecido de mulheres e homens foram forçados a casamentos pelo grupo maoista como parte de um plano maior de destruir as estruturas familiares tradicionais e construir uma nova população fiel às suas ideologias. A maioria da população foi forçada, à mão armada e sob ameaça de morte, a consumar esses casamentos, mas só nos últimos anos surgiram testemunhos de homens e mulheres que sobreviveram a esta prática.

Falando num evento realizado pela Embaixada Britânica em Phnom Penh, na terça-feira, Jolie – que cofundou a Preventing Sexual Violence Initiative com o secretário das Relações Exteriores britânico, William Hague, em 2012 –  “congratula o facto de o tribunal [que avalia e faz justiça aos crimes do Khmer Vermelho] começar a trabalhar nesta questão e a prestar um tributo a todos os sobreviventes no Camboja, incluindo aqueles que de forma tão heroica apresentaram provas do sucedidos“.

First They Killed My Father, uma adaptação do livro autobiográfico de Loung Ung, reconta o seu sofrimento e o da sua família sob o regime do Khmer Vermelho, descrevendo em detalhe as evacuações forçadas de Phnom Penh, a viagem para os brutais campos de trabalhos forçados no noroeste do país, e o recrutamento de crianças como soldados para as fileiras do Exército Revolucionário do Kampuchea. Ung, que é retratada no filme pela jovem atriz Sareum Srey Moch, tinha cinco anos de idade quando foi requisitado à sua família abandonar a capital. 

Rithy Panh – realizador de A Imagem que Falta e Exílio –  é o produtor deste filme.

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