Sexta-feira, 29 Março

2016: protagonistas femininas aumentaram em relação aos anos anteriores

Com o debate em Hollywood centrado nas desigualdades entre mulheres e homens na indústria do cinema,  seja no que diz respeito à inclusão, seja ligado à equidade salarial, as notícias que nos chegam hoje dos EUA são uma fonte de esperança. 

Embora as audiências ainda tenham uma maior probabilidade de ver duas vezes mais personagens masculinas que femininas no grande ecrã, os dados divulgados num novo estudo do Centro de Estudos de Mulheres na Televisão e Cinema da Universidade de San Diego mostram que essa diferença está a diminuir.

Em 2016, cerca de 29% dos protagonistas de filmes que chegaram ao top 100 das receitas de bilheteira eram mulheres. Isto representa um avanço de 7% em relação a 2015 e um recorde histórico recente. As mulheres também encontraram-se melhor representadas nos elencos, com as atrizes a representarem 37% das personagens principais nos filmes mais populares, o que significa um crescimento de 3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. 

Há ainda outros elementos a ter em conta nesta avaliação da inclusão. É mais comum encontrar mulheres no protagonismo nas comédias (28%), dramas (24%), filmes de horror (17%), animações (14%) e ficção cientifica (14%). Em sentido inverso, é no cinema de ação que se encontram menos mulheres (3%). Para Martha Lauzen, diretora do centro e autor do estudo, estes resultados demonstram ainda assim um avanço na condição da mulher no cinema, pois longe «vão os tempos em que as mulheres eram apenas representadas  à procura do homem certo para as suas vidas»: «Elas não estão sendo relegados a um único género como as comédias românticas», disse Lauzen, acrescentando que estes números «sugerem um padrão mais estável

Ainda assim, este crescimento no que toca ao mundo da interpretação não encontra paralelo no que diz respeito à realização. As  mulheres constituíram apenas 7% de todos os diretores que trabalharam nos 250 filmes mais vistos nos EUA, em 2016, o que significa um declínio de dois pontos percentuais em relação aos números de 2015: «É possível que a introdução de protagonistas femininas seja mais fácil e menos ameaçadora do que a contratação de diretores e argumentistas», diz Lauzen.

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