Joaquim
Todos envolvem o realizador Karim Ainouz (Praia do Futuro, Abismo Prateado) – que, em alguns deles, une-se a outros talentos do cinema brasileiro atual, como Marcelo Gomes (presente na última edição do Festival de Berlim com Joaquim) e Walter Salles.
Um dos mais promissores é, justamente, um parceria entre Ainouz e Gomes – dupla que já realizou em conjunto um pequeno clássico recente, “Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo“, em 2009. “Clandestinos” foi inicialmente projetado para ser uma história futurista, mas está a ser revisto graças a dramáticos retrocessos no mundo ocidental – caso da ascensão de religiões evangélicas obscurantistas no Brasil e de projetos de extrema-direita, baseados no medo, nos Estados Unidos e na Europa. Assim, o enredo passa de 2038 para 2022. “A realidade nos apanhou (…) então achamos melhor fazermos este projeto logo“, disse.
O imparável cineasta, atualmente radicado em Berlim, está envolvido em mais quatro projetos. “THF” é outro esforço seu no sentido de entender a realidade contemporânea – desta vez reconstruindo o presente através da história de um aeroporto. Mais precisamente, o de Templehof, imaginado por Hitler como um ponto central do transporte na Alemanha e desativado em 2008 – servindo agora como abrigo de emergência para 1500 refugiados.
Karim Ainouz
O filme tem lançamento previsto para outubro, quando ele começa a rodar “The Invisible Life” – desta vez concentrando-se nas décadas de 40 a 60 para mostrar a opressão do mundo paternalista sobre as mulheres. Outro documentário no cronograma do realizador é “Algerian by Accident“, que reconstrói a sua trajetória pessoal começando o filme no Ceará, região do Brasil onde nasceu, para continuar na Argélia, onde seus pais se conheceram no contexto da Guerra Civil. A obra tem coprodução de Walter Salles.
Por fim, “Neon River“, ainda em fase de montagem financeira, será um “thriller romântico” situado no Japão e vai marcar a estreia de Karim Ainouz em língua inglesa.
