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Berlinale: Jeff Nichols inspira-se na doença do filho e troca as voltas à audiência

 

Com uma estranha mistura de Steven Spielberg, comics e sci-fi, Jeff Nichols ainda arrancou alguns aplausos da crítica na Berlinale com o seu Midnight Special, mas dificilmente isso pode ser interpretado como consenso. Pelos corredores do Berlinale Palast e no ambiente da conferência de imprensa, ouviu-se de tudo – e a razão é simples: o filme pertence aquela categoria que tanto pode inspirar admiração como candidatá-lo aos indesejáveis razzies.

O filme conta história de um pai (Michael Shannon) que, ao lado do seu melhor amigo (Joel Edgerton), põe-se em fuga permanente, tanto das autoridades, quanto de um estranho grupo de fundo religioso. A razão: o seu filho (Jaeden Lieberher) tem estranhos poderes que lhes permitem tanto aceder à base de dados do FBI, quanto manipular objetos diversos com o poder da mente. Em meio à fuga, a mãe (Kirsten Dunst) junta-se a eles. No caminho artístico, no entanto, os problemas decorrem dos estranhos efeitos que envolvem o garoto e das soluções apresentadas pelo argumento.


Michael Shannon deu autógrafos e tirou selfies durante cinco minutos antes de deixar outros tantos a gritar pelo seu nome

Um dos pontos fortes do filme é a relação familiar e há algumas cenas emotivas ligadas a ela. Segundo Nichols, a inspiração veio da sua vida pessoal quando o seu filho ficou doente e ele percebeu que há coisas que, por mais dolorosas que sejam, podem simplesmente escapar ao controle de cada um. Apesar da estrela do filme ser Shannon, quem chamou mais atenção na conferência foi Edgerton, cujo papel de elemento “de fora” do grupo familiar é bastante singular.

O filme não tem previsão de estreia para Portugal.