Quinta-feira, 28 Março

França interdita a menores documentário sobre o movimento salafista

A ministra da cultura de França, Fleur Pellerin, anunciou hoje a proibição de exibição do documentário Salafistes a menores de 18 anos. Recorde-se que o comité de classificação etária dos filmes em França tinha recomendado, seguindo um parecer emitido na semana passada, uma proibição para menores de 18 anos, acompanhado de um aviso. O próprio Ministério do Interior tinha também intervido na questão e mostrado o desagrado contra a obra.

Salafistes, assinado por François Margolin e Lemine Ould M. Salem (jornalista mauritano), serviu de inspiração ao filme Timbuktu, de Abderrahmane Sissako, e segue, num jeito de observação sem narração, teóricos e apologistas do movimento ortodoxo ultraconservador salafista que os autores encontraram na Mauritânia, no Mali, na Tunísia ou até mesmo no Iraque desde 2012. Paralelamente, o filme mostra a aplicação da “sharia” na vida quotidiana, inclui vídeos de propaganda jihadista do Daesh/Estado Islâmico e da Al-Qaeda, e inclui mesmo vídeos amadores filmados durante os ataques de 11 de setembro de 2001 e ao Charlie Hebdo em 2015. A obra tinha mesmo, numa primeira versão a morte do policia Ahmed Merabet no atentado ao Charlie Hebdo. Esta cena foi entretanto retirada, ainda antes de ter sido aplicada esta interdição a menores de 18 anos..

Segundo Perrin, esta decisão adveio do facto de «ser necessária alguma maturidade para ver o filme, que é de grande violência e denuncia o mundo salafista». A ministra frisou ainda que a decisão não é uma censura, mas na verdade o que ela implica é que a obra em questão se mantenha afastada da maioria dos exibidores do país, que já por si só começaram a afastar-se de qualquer filme que aborde o terrorismo islâmico [ler artigo sobre o filme Made in France]. Ainda assim, cinco salas francesas já tinham anunciado exibir o filme antes mesmo desta decisão ser tomada.

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