Sábado, 20 Abril

“Branqueamento” do elenco de «Gods of Egypt» causa polémica

A produção Gods of Egypt (Deuses do Egipto), aquela que é vista como a grande aposta da produtora Lionsgate para 2016, um épico de fantasia que reúne mitologia egípcia com os atores Gerard Butler e Nikolaj Coster-Waldau nos papeis principais, encontra-se envolvida em polémica logo após o lançamento do seu primeiro trailer no passado dia 17 de novembro.

A causa dessa controvérsia aponta para a falta de diversidade étnica do elenco, o que levou o próprio estúdio e o realizador, Alex Proyas (O Corvo), a pronunciarem-se sobre o assunto e a assumirem as suas responsabilidades: «Reconhecemos que é nossa responsabilidade o garantir que as decisões do elenco refletem a diversidade e a cultura dos períodos retratados. Neste caso, não conseguimos viver de acordo com nossos próprios padrões de sensibilidade e diversidade, pelo qual pedimos as mais sinceras desculpas. A Lionsgate está profundamente empenhada em fazer filmes que refletem a diversidade das nossas audiências. Nós temos, podemos e vamos continuar a fazer melhor.». Já Proyas afirmou que o processo de casting envolve muitas variáveis, mas admite que «é claro» que as escolhas para o elenco deveriam ter sido mais diversas. «Peço desculpas aos que ficaram ofendidos com as decisões que tomamos», afirmou.

Quem reagiu bem a estas palavras foi a realizadora Ava DuVernay. A cineasta usou o Twitter para afirmar que «este tipo de desculpas nunca acontece» por algo que se repete sempre no cinema. Por isso mesmo, e segundo a realizadora de Selma, este pedido de desculpas é «digno de nota». De seguida, DuVernay voltou fazer outro comentário sobre o ocorrido: «Deuses do Egipto valoriza cada vez mais as escolhas de Star Wars de (JJ) Abrams e faz-me torcer mais por Creed de (Ryan) Coogler. Nós merecemos ícones à nossa imagem».

Recordamos que no ano passado, Exodus: Deuses e Reis, de Ridey Scott, foi igualmente acusado devido à falta de diversidade do seu elenco, e ao facto deste ser constituído maioritariamente por brancos. Contudo, a resposta do realizador constrastou com o pedido de desculpas da Lionsgate e Alex Proyas. Scott defendeu as suas escolhas, apontando razões comerciais: «Eu não posso montar um filme com este orçamento (…) e dizer que o meu ator principal é Mohammad de tal e tal».

Deuses do Egipto estreia nos cinemas em fevereiro de 2016.

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