Segundo o Globo, o cineasta português João Botelho vai aproveitar uma ida ao Brasil no dia 15 de maio, na qual vai apresentar e promover Os Maias, para preparar o seu próximo projeto: um filme em torno de Oswald de Andrade, escritor, ensaísta e dramaturgo que se tornou um dos expoentes máximos do Modernismo e um dos responsáveis pela Semana de Arte Moderna de São Paulo. Andrade foi autor do Manifesto Antropófago, onde enfatizava a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica do que vinha sendo feito de forma inovadora na cultura europeia da época.
As filmagens deste projeto estão programadas para 2016, estando nos planos do cineasta nesta visita procurar o elenco e um local onde possa reproduzir a São Paulo da época.
Em declarações ao jornal, Botelho afirmou que escolheu o escritor por este ter sido «um agitador» que «escreveu textos geniais, seja com a Poesia Pau-Brasil ou com a ideia de que os índios ‘comeram’ o Bispo Sardinha, sendo esse ‘comer’ não o ato canibal, mas a apropriação do conhecimento». Botelho disse ainda que hoje em dia «o mundo é muito complexo, mas que é possível pensar nele a partir dos textos dele.», o que o torna «contemporâneo» e próximo do cinema: «Gosto da ideia da ruptura do Modernismo porque o cinema é isso, é metonímia, não é metáfora, e nisso o Oswald é perfeito», conclui.
Vale a pena lembrar que esta não será a primeira vez que Oswald de Andrade será retratado no cinema. Em 1987, o filme Eternamente Pagu, dedicado à poeta Patrícia Galvão, chegou às salas com António Fagundes no papel do autor.
