Quinta-feira, 18 Abril

Documentário sobre o Bairro Alto é apresentado amanhã em sessão única (15/12)

Na próxima segunda-feira, dia 15 de dezembro, às 18h30, vai decorrer no Cinema Ideal uma sessão do último filme de Rui Simões. Alto Bairro é um filme que pretende celebrar os 501 anos do Bairro Alto, mostrando as pessoas e os lugares deste local tão emblemático da cidade de Lisboa. Conta com os testemunhos de moradores, comerciantes, frequentadores, uns mais conhecidos, como é o caso de Anita Guerreiro, Gisela João, Capicua, António Zambujo, António Sala, Marisa, José Fonseca e Costa, e muitos desconhecidos, mas que todos juntos são a essência do Bairro Alto.

Mais detalhes do filme podem ser descobertos no blog e no facebook, onde se podem ver inclusive alguns clips do mesmo.

A sessão vai contar com a presença do realizador e da equipa técnica e os bilhetes são a 5 euros cada um. Para os mais distraídos, o Cinema Ideal é a recém-aberta sala que se situa na Rua do Loreto, perto do Largo do Camões, e que tem apostado no cinema português, bem como em mostrar alguns clássicos.

Sobre o Documentário

O Bairro Alto é um daqueles locais onde várias topografias se sobrepõem, fulcro de vivências e movimentos sociais, económicos e históricos, muitas vezes antagónicos. Num momento em que a encenação da cidade para interesses turísticos e hedonistas ameaça o quotidiano de quem nela habita, o Bairro, com o seu fantasma de vida boémia, assistido pelos bares e pelas casas de fado, encontra agora um novo perigo: o das rendas que o governo permitiu serem aumentadas para valores insustentáveis para muitos. Contra todas estas leituras de espectacularização, Rui Simões consegue em Alto Bairro mostrar a realidade das pessoas que aqui habitam, as várias formas em que se organizam, vários movimentos culturais e a sua história.

Recorrendo essencialmente a entrevistas, o filme consegue mostrar uma faceta do bairro que resiste à estetização turística ou hedonista, colocando-se do lado das pessoas que nele habitam, por oposição àquelas que o ocupam temporariamente. Com capacidades de formalização maior ou menor, o Bairro vai ganhando nas palavras dos seus habitantes dimensões que só se vêem abrindo as portas e vendo o interior das casas, rejeitando a superfície das fachadas “pitorescas”. A “Noite” no Bairro assume um papel menor nesta realidade, não se vendo sinal dela na primeira meia hora do filme.

Ainda assim, há um certo fascínio que escapa por um “outro bairro” dos anos 80, onde a primeira vaga de “cultura alternativa” começou a ocupar o Bairro, que se vê em certas entrevistas e imagens. 

Entre dois capítulos menores, Alto Bairro é um filme interessante que consegue mostrar a complexidade da realidade de bairros antigos em cidades grandes e turísticas.

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