Sexta-feira, 29 Março

Realizador de «Guardiões da Galáxia» mostra preocupação com universos partilhados

A esta altura do campeonato toda a gente sabe o que é um “universo partilhado”, basta verificar os filmes produzidos pela Marvels, em que franquias diferentes possuem narrativas que se cruzam e vice-versa. Verdade é que nos dias de hoje não se pode seguir, por exemplo, a saga de Thor sem ver o Homem de Ferro, nem Homem de Ferro sem ver Capitão América.

São histórias entrelaçadas que até à data ainda só apresentaram resultados vantajosos, quer em termos de mercado, como na satisfação do público-alvo: os exigentes seguidores dos comics. Este método de sistemáticos “crossovers” são vistos como técnicas aplicáveis para outros estúdios, nomeadamente a Universal Pictures que se encontra de momento a tentar criar o seu próprio universo partilhado, conjugando o seu legado de monstros “clássicos” . Pelo menos tal façanha arrancou recentemente com Drácula: A História Desconhecida.

Contudo, apesar desta obsessão pelos cruzares de sagas, James Gunn, o realizador de Guardiões da Galáxia, o mais recente êxito da Marvel, divulgou no seu Facebook as suas preocupações quanto aos efeitos destes universos cinematográficos partilhados na produção de filmes e de futuras sagas: «Eu amo estes universos partilhados, assim como enormes franquias. Mas estou um pouco preocupado com os inúmeros universos partilhados que estão a ser planeados pelos estúdios, sem ter uma base forte o suficiente para crescer a partir disso (…) Em alguns casos, não havia filme base para crescer, por exemplo ‘Star Wars’, tinha o original ‘Star Wars’, o universo Marvel tinha “Homem de Ferro” original, a trilogia “O Cavaleiro das Trevas” teve o “Batman Begins”, até mesmo filmes como ‘Transformers’ e ‘Crepúsculo ‘- fitas que o público adorou e que exigiu ver mais com essas personagens. Mas nos dias de hoje, os estúdios estão tentar fazer crescer árvores sem possuírem uma semente forte.» 

Gunn prosseguiu com o seu raciocínio:«Os executivos, os produtores e às vezes até mesmo os realizadores estão focados em quadros mais gerais, sem aperfeiçoar a tarefa que se encontra à frente deles – simplesmente, fazer um grande filme. E os estúdios estão a criar franquias de filmes inexistentes ou de sucessos medianos. É como se eles não estivessem a levar em consideração as audiências e tudo mais. Eu sei que George Lucas, Kevin Feige, John Favreau, etc, tinham ideias do que os seus filmes seriam perante o sucesso. Mas penso que nunca se ficaram somente por fazer um primeiro filme como se fosse o último, de torná-lo algo maravilhoso para que as pessoas adorassem quer levassem a mais filmes, ou não.»

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