Quarta-feira, 1 Maio

João Botelho adapta “Os Maias” ao cinema. João Canijo vai até Fátima com “Caminhos da Alma”

João Botelho

O Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) já executa os apoios para 2013, mas só terminou em março os últimos concursos de apoio ao cinema de 2011. No total, e segundo a agência Lusa, estão 1,5 milhões atribuídos.

Nas escolhas realce para o apoio concedido, embora (ainda) não contratualizado, aos novos projetos de João Botelho (Filme do Desassossego) e João Canijo (Sangue do Meu Sangue).

O primeiro prepara uma versão de «Os Maias» de Eça de Queirós, intitulada “Os Maias – (Alguns) episódios da vida romântica”. Já o realizador de “Sangue do Meu Sangue” vai de Bragança a Fátima para concretizar “Caminhos da Alma”.

Em declarações ao jornal Público, Botelho dá a entender que esta é a melhor altura para avançar com um novo “Os Maias”, até porque o que lhe interessa particularmente no conceito é o paralelismo entre a situação socioeconómica de 1800 e a dos dias que correm. “O país retratado nos Maias é um país muito parecido com o de hoje, na definição dos comportamentos, da indiferença das pessoas que têm mais poder, do desespero dos mais pobres.”, afirmou o cineasta, sublinhando a ideia que tinha avançado em outubro passado à Lusa/Jornal Sol, quando revelou a sua intenção de levar a obra de Eça de Queirós aos cinemas. “Depois de Eça escrever ‘Os Maias’ [em 1888], Portugal entrou numa bancarrota que levou mais de cem anos para ser quitada. Só a acabámos de pagar em 2001. O que dizem os políticos n’ Os Maias é igual ao que dizem agora. É só tirar um pouco dos bigodes e dos ‘frufrus’ todos, não mudou nada“.

João Canijo

Já Canijo confessa ao Jornal Público que “Caminhos da Alma” será um filme sobre a peregrinação de um grupo de mulheres, “cada uma com o seu motivo e promessas, com a sua forma de olhar para Deus”. O filme irá cruzar a ficção com o documentário, numas filmagens que poderão ser descritas como um foot-movie. “Será ficção mas não exatamente ficção. A ideia é misturar o percurso dessas mulheres com o documental que se encontrar no caminho”, conclui.

No programa de apoio a documentários apoiados pelo ICA foram ainda contempladas cinco produções, num total de 300 mil euros: “Além das Pontes”, de Pierre-Marie Goulet, “Diários Suspensos”, de Joaquim Sapinho, “As crónicas de Polyaris”, de Christine Reeh, “Silêncios do Olhar”, de José Nascimento, e “The Man with a Box”, de Marco Martins.

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