«Pop quiz, hotshot. There’s a bomb on a bus». Esta frase de Speed podia muito bem ser adaptada para este De$conhecido, filme que encontra no clássico do cinema de ação dos anos 90 a sua grande fonte de inspiração – não só porque o protagonista desta história, Carlos (Luis Tosar), se encontra encerrado na sua viatura, juntamente com os filhos, com uma bomba prestes a explodir caso se levante do banco, mas também porque os eventos até vão passar por um terminal de cruzeiros (lembram-se de Speed 2?).

Há suficiente adrenalina por aqui para nos prender na cadeira, mas embora tudo esteja bem filmado, interpretado e até haja o engenho de enraizar a narrativa na realidade espanhola e europeia (a crise, os jogos perigosos dos bancos, corretores da bolsa), a sensação constante é que já vimos este filme. Não apenas na obra de 1994 assinada por Jan De Bont, mas também em Cabine Telefónica, de Joel Schumacher, não fosse Tosar constantemente assediado pelo vilão que caso não siga precisamente as instruções, ele explode a viatura, dando a clara sensação que está sempre a ser vigiado.

A linguagem cinematográfica de Dani De La Torre, aqui na sua primeira longa-metragem, é fortemente condicionada pelo que o cinema de Hollywood tem oferecido nas últimas décadas, trazendo temas como disfunções familiares, as traições conjugais, mais as perseguições frenéticas, as explosões e, claro, uma intervenção policial em larga escala, onde não falta mesmo um policia “mau” e uma policia “boa”, cada um com uma visão diferente do que se está a passar.

Nisto, cumprem os atores os seus papéis requentados (em especial Tosar e Javier Gutiérrez), enquanto o realizador e argumentista nos entretém hora e meia com ação tão frenética como pastiche.


Pontuação Geral
Jorge Pereira
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