Terça-feira, 23 Abril

«L’Armée du Salut» por André Gonçalves


No ano em que o festival celebra a história de cinematografia “queer made in Africa“, o marroquino Abdellah Taia, também conhecido por ser o primeiro escritor publicamente assumido naquele país, estreia a sua primeira longa metragem de ficção aqui num lugar invejável de competição, numa narrativa autobiográfica.

Ficam as intenções, seguramente as melhores, porque L’Armée du Salut nunca sabe bem segurar as pontas do seu passado e transpô-las para o grande ecrã numa obra que seja minimamente coesa ou interessante. O filme colapsa particularmente no seu último terço, com a passagem da adolescência para a idade adulta, e com a posterior saída de Marrocos para Suiça a gerar cenas bem confrangedoras – risíveis até.

Fica também uma performance minimamente convincente de Said Mrini no papel do próprio autor/realizador a respirar os fragmentos que lhe são dados. É de facto frustrante assistir a um filme que não sabe o que quer ser num festival que pode até abarcar esta perspectiva como algo positivo (algo “queer“), mas há limites para a solidariedade. O pior título em competição até ver.

O melhor: as boas intenções
O pior: a péssima execução


André Gonçalves

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