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«Sharknado» por Nuno Miguel Pereira

Este filme incluiu-se numa exibição única em sala, patrocinada pelo canal SyFy, não estreando comercialmente nos cinemas, mas sendo exibido no próprio canal SyFy Portugal. Agradecimento especial ao canal, pela distribuição de gomas (em forma de tubarão) no final da exibição do filme.

Os títulos dizem-nos muito sobre os filmes. Podem desvendar parte da história, indicar o género, antecipar o enredo. Todavia, em Sharknado, tanto o título, como o ruído da sala de cinema e o logótipo do canal SyFy no canto superior direito do ecrã, dizem-nos que estamos perante um filme candidato aos Oscars.

A história embarca num dos maiores dramas da sociedade contemporânea. Tornados que arrastam tubarões do mar para a terra. Quem não vive atormentado por este problema?

Depois a juntar a esta questão filosófica do mundo atual, temos atuações hiper-realistas, em conjunto com geniais efeitos especiais e uma fotografia super profissional. Felizmente, Sharknado 2 tem estreia já marcada para 2014. Não haverá Oscars suficientes para esta sequela.

Sejamos sérios, quem entra numa sala para ver um filme cuja premissa fala de “tubarões a cair do céu e a sair das canalizações“, não pode esperar mais do que um filme “trash“, série b, muito manhoso.

Sharknado tem o condão de ser tão mau que se torna ridiculamente engraçado. Temos tudo, piadas anti-climáticas, cenas de morte dignas do gueto de Bollywood, para além de conversas familiares sérias, enquanto tubarões (arraçados de cães) caiem do céu para “papar” o almoço (pessoas).

No meio disto tudo, temos ainda explicações científicas para o fenómeno observado, digníssimas e repletas de sentido (ou não).

Importa também destacar alguns dos personagens que surgem, não se sabe bem de onde, mas toda a gente parece conhecê-los. Ainda que por pouco tempo, atendendo a que a duração das suas personagens é equivalente à qualidade dos diálogos do filme. Nula.

Por último, ressalva para Fin (interpretação de Ian Ziering), o MacGyver do filme. Alguém que com um pau é capaz de executar um exército de cachalotes. A não perder também, a aparição de Tara Reid, com uma personagem tão rica, quanto a sua carreira.

Porém, o melhor está reservado para o final, onde um plot twist gigantesco vai pôr muitas pessoas de lágrimas nos olhos e a largar pinguinhas de alegria. Enquanto Hollywood parecia uma caldeirada de peixe, e após alguns minutos profundamente aborrecidos, eis que o final deixará o público ao rubro. Um Twist nunca antes visto.

Por tudo isto, Sharknado é perfeito para quem apenas quer dar umas boas gargalhadas, não levando nada a sério. Com certeza, Anthony C. Ferrante, inspirou-se nos filmes de Libertem Willy (1993) e Air Bud (1997), para criar os seus tubarões pitbull saltitantes.

O melhor: De ser tão absurdo, faz rir imenso.
O pior: Demasiado repetitivo e, efetivamente, parvo.


Nuno Miguel Pereira