Sexta-feira, 26 Abril

«The Host» (Nómada) por André Gonçalves

“A Invasão dos Violadores” para a geração “Twilight”? Em termos essenciais e redutores, sim, mas “Nómada” merece à partida melhor crédito que isso, e muito melhor crédito do que tem recebido até agora por uma crítica disposta a eliminar qualquer potencial novo “Twilight” – sobretudo porque se afirma logo ao primeiro capítulo como um ponto de partida melhor (e mais inventivo, de certo modo…?) que a saga anterior de Stephanie Meyer.

Para isso contribui muito a presença, ainda que mais mercantil e irreconhecível que o costume, de Andrew Niccol (realizador e/ou argumentista de clássicos contemporâneos de ficção científica a colar a realidade como são “Gattaca” e “The Truman Show – A Vida em Direto”), que aqui vai sabendo nivelar o romantismo desacerbado de Meyer, de tal modo que o sucesso menor deste filme também se possa explicar pela dimensão mais “light” deste triângulo amoroso de quatro lados. De referir também a presença central de Saoirse Ronan no duplo papel de protagonista, também mais irreconhecível que o costume (mas aqui funcionando a seu favor). 

Não, não é um clássico futuro, nem é Shakespeare, mas como iniciar de uma nova mitologia para jovens adolescentes, e sabendo para o que se vai, “Nómada” revela-se uma pequena agradável surpresa. E numa temporada pascal repleta de ovos estragados nos multiplexes, destaca-se facilmente como escolha para levar a família ou arrastar namorados. 

O Melhor: os momentos de maravilhamento que vai recolhendo do espectador de tempos a tempos. 

O Pior: o bota-abaixo fácil que tem sido alvo, quando consegue ser melhor que qualquer um dos capítulos da saga “Twilight”.


André Gonçalves

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