Sexta-feira, 26 Abril

Delegado geral de Cannes é criticado depois de afirmar: “as séries são indústria, o cinema é poesia”

Ao declarar “as séries são industria, o cinema é poesia“, o delegado geral do Festival de Cinema de Cannes, Thierry Frémaux, provocou a primeira onda de críticas nas redes sociais no dia em que o festival abriu as portas.

O caso ganha ainda maior relevo após a polémica em torno da mudança das regras do certame, que afastam qualquer filme que não estreasse num cinema francês da competição. Plataformas como a Netflix não gostaram das mudanças e afastaram-se do certame, impedindo que filmes de autores como Alfonso Cuarón (Roma) pudessem ser exibidas no evento.

Já na passada segunda-feira o rastilho estava montado, quando Frémaux disse ao Figaro: “Demora dezoito horas a contar uma história que, por vezes, levaria apenas duas horas […] Game of Thrones (Guerra dos Tronos), toda a gente fala disso, mas ninguém é capaz de citar um realizador“.

As redes sociais reagiram e relembraram Fremaux que em edições anteriores do certame foram apresentadas séries de TV, como a terceira temporada de Twin Peaks, de David Lynch, e a 2ª temporada de Top of the Lake, de Jane Campion. Outros repescam frases proferidas noutros tempos contra o cinema, fazendo um pararelismo aos tempos atuais, como a de Louis Jouvet, que disse que “o cinema era teatro enlatado.

Até o romancista Pierre Lemaitre, Prix Goncourt em 2013 por Até nos Vermos Lá em Cima (recentemente adaptado ao cinema por Albert Dupontel) ironizou com a frase de Fremaux: “A minha avó dizia coisas assim …

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