Sexta-feira, 19 Abril

Quando Harvey Weinstein recebeu uma espada de samurai com um aviso

Numa entrevista ao The Guardian, que ressurgiu hoje online, o mestre de animação Hayao Miyazaki contou como foi enviada uma espada de samurai como aviso ao cofundador da Miramax, Harvey Weinstein, com um objetivo muito claro: não queria que A Princesa Mononoke sofresse qualquer corte na sua versão norte-americana. O caso não era para menos.  Em Hollywood, Weinstein chegou a ser apelidado de “Harvey Scissorhands” – numa referência ao filme de Tim Burton.

Consta que em 1997, o diretor e os estúdios Ghibli assinaram um acordo de distribuição com a Disney de forma a expandir a divulgação do trabalho dos estúdios. Esse acordo, não cedia os direitos de merchandise, o que significava que não teriamos videojogos ou outro material ligado aos filmes dos Ghibli a promover-se ao estilo do grande estúdio norte-americano, como por exemplo, surgir em refeições Happy Meal. Além disso, a Disney não possuia qualquer controlo criativo, mas um rumor que “Harvey Scissorhands” iria estar diretamente ligado ao lançamento nos EUA de A Princesa Mononoke, levou Miyazaki a tomar “precauções”.

Assim, consta que ele lhe enviou uma espada de samurai. Junto à lâmina estava uma mensagem: “Sem cortes”.

Na entrevista, Miyazaki confirma o envio da espada, mas diz que foi o produtor da obra que fez isso diretamente, pois foi bombardeado com exigências de cortes. “Eu ganhei“, disse Miyazaki ao jornal. A Disney lança então o filme de Miyazaki em dois formatos: uma versão legendada e uma versão dobrada mais comercial, algo que viria a acontecer em outros filmes do cineasta, como O Castelo Andante, que segundo o japonês até ficou a ganhar com o trabalho vocal de Lauren Bacall.

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