Quinta-feira, 28 Março

Brigitte Bardot: «há muitas atrizes que provocam os produtores para obter um papel»

Numa entrevista à Paris Match, Brigitte Bardot, ícone do cinema francês, falou do seu amor pelos animais, o cancro que superou e o assédio sexual.

Sobre este último tema, Bardot acredita que as denúncias frequentemente têm um caráter “ridículo, hipócrita, sem interesse“, e critica as atrizes que “provocam” os produtores para conseguir um papel.

Em relação às atrizes, e não às mulheres em geral, [o assédio sexual] é, na grande maioria dos casos, hipócrita, ridículo, e sem qualquer interesse. Isso toma o lugar de temas importantes que podiam ser discutidos. Nunca fui vítima de assédio sexual. E pensava que era bom dizerem-me que eu era linda ou que tinha um pequeno rabo bom. Esse tipo de elogio é bom. Mas há muitas atrizes que provocam os produtores para obter um papel. Depois, para que se fale nelas, vêm dizer que foram assediadas“, declarou a atriz atualmente com 83 anos.

Os comentários de Bardot surgem uma semana depois de Catherine Deneuve e um grupo de 100 personalidades francesas defenderem que os homens deveriam ser “livres para seduzir“, que o flirt não deveria ser um crime, e que o movimento #MeToo se tornara numa “caça às bruxas” puritana que ameaçava a liberdade sexual.

Na mesma entrevista, Bardot, que terminou sua carreira cinematográfica em 1973 para dedicar-se ao ativismo dos direitos dos animais, declara-se “desconfiada da raça humana” e muito afastada da indústria do cinema, ressalvando que só vai falando ocasionalmente com velhos amigos, como Alain Delon.

Já sobre o cancro na mama que superou, a  atriz de filmes como E Deus Criou a Mulher diz que esteve sozinha no processo e decidiu fazer apenas radioterapia: “Não fiz quimioterapia, para não perder o cabelo. Destrói o mal, mas também o bem e nós acabamos aniquilados. Eu vejo pessoas que, após essa provação, ficam de rastos. Eu nunca farei isso. Esta doença obrigou-me a encontrar-me diante de mim mesmo.“.

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