Sábado, 27 Abril

Cineasta protesta com “épico” de 607 minutos sobre a secagem da tinta

Um cineasta e jornalista britânico encontrou uma forma sui generis para protestar contra a British Board of Film Classification (BBFC).

Esta entidade, que rege a classificação etária dos filmes no Reino Unido, o que permite que estes sejam exibidos nos cinemas, cobra cerca de 101,50 libras (133 euros) por cada fita que é submetida, ao qual acresce um custo de 7,09 libras (9,33 euros) por cada minuto que o filme tenha. Se pensarmos numa produção de 60 minutos, o custo total que um cineasta, produtor, ou estúdio tem para ter o seu filme classificado ascende às 526 libras (665,9 euros). A estes números ainda acresce os 20% do VAT (IVA em Portugal).

Estes valores, segundo Charlie Lyne, são extremamente exagerados para cineastas independentes, o que o levou a organizar uma campanha no Kickstarter para criar um filme que de certa maneira servisse como protesto. O resultado foi Paint Drying, um “épico” sobre uma parede pintada e a sua secagem. Com a ajuda de 700 financiadores, que reuniram 5936 libras (7811 euros), Lyne submeteu o seu filme com cerca de 607 minutos (10 horas e 7 minutos), o que obrigou a British Board of Film Classification a ter dois revisores em dois dias diferentes (cada sessão  na BBFC não pode exceder as 9 horas).

No final, Lyne mostra-se satisfeito e teve mesmo direito à classificação U, ou seja, que pode ser visto por qualquer pessoa.

Vale a pena referir que Lyne, para além de ter realizado filmes como Beyond Clueless (2014) e Chicken (2015), escreve também para o The Guardian, Sight & Sound,  The Independent e Vulture.

Notícias