Segunda-feira, 29 Abril

«Don Jon» por Ricardo Du Toit

Joseph Gordon-Levitt estreia-se na realização neste Don Jon. O filme conta a história de Jon Martello (Gordon-Levitt), um jovem italiano-americano que interessa-se apenas por uma pequena série de coisas, entre as quais a sua família, o seu corpo e, sobretudo, a pornografia. A coisa complica-se quando, numa ida à discoteca, Jon conhece Barbara (Scarlett Johansson), uma rapariga atraente e desejosa por atenção – mas que deixa sempre Jon a querer mais.

Curioso é que por baixo dum filme que muitos possam classificar como fútil e resultado da ignorância da geração MTV, está uma obra com pés e cabeça, conseguindo fazer pensar se realmente o amor verdadeiro é algo que pode acontecer a qualquer um.

O vício de Jon pela pornografia e as suas relações traduzem-se em outros acontecimentos hilariantes, como a sua confissão destes atos na igreja, sempre com uma sentença de Ave Marias e Pais Nossos, e o cumprimento delas enquanto vai exercitar-se ao ginásio. Infelizmente, vemos isto a acontecer umas quantas vezes a mais do que gostaríamos, entrando um pouco na repetição.

Existem inúmeros outros detalhes engraçados, como a irmã de Jon sempre agarrada ao telemóvel, claramente uma crítica à sociedade atual, assim como cameos fabulosos de Anne Hathway e Channing Tatum durante um dos filmes românticos que Bárbara tanto adora.

Felizmente, as coisas ficam mais civilizadas quando Esther (Julianne Moore) entra em cena, como uma mulher madura capaz de meter algum juízo na cabeça de Jon, dando um novo e fôlego e um desenlace mais poético a um filme que primava pela irreverência.

O Melhor: O elenco e a realização de Gordon-Levitt, com especial atenção a Brie Larson.
O Pior: A repetição das confissões na igreja.


Ricardo Du Toit

Notícias