Quinta-feira, 25 Abril

Drama sobre o corredor da morte conquista Festival de Sundance

Clemency, um filme sobre o corredor da morte que acompanha uma guarda prisional com uma crise de consciência, foi o grande vencedor do Festival de Sundance. A obra da nigeriana Chinonye Chukwu, que se tornou a primeira mulher negra a ganhar o festival, conquistou o Grande Prémio do Júri da secção principal do certame (US Drama). Já o público preferiu premiar Brittany Runs a Marathon, comédia dramática de Paul Downs Colaizzo.

Ainda nesta secção, Joe Talbot, por The Last Black Man in San Francisco, foi considerado o melhor realizador. O filme ainda foi agraciado com o prémio especial do júri. Duplamente premiado, pelo argumento e interpretação (Rhianne Barreto) foi Share, de Pippa Bianco, filme sobre abuso de uma adolescente na era das redes sociais e vídeos virais. O biopic em torno da infância de Shia LaBeouf, Honey Boy, também saiu com um prémio especial do júri pela sua visão.  

Na seção de documentários dos EUA, One Child Nation, de Nanfu Wang e Jialing Zhang, sobre a controversa política do filho único da China, recebeu as principais honras. Já o público preferiu Knock Down the House, de Rachel Lears, trabalho sobre quatro mulheres que se candidataram ao congresso norte-americano.

O júri distinguiu ainda a realização de American Factory (Steven Bognar, Julia Reichert), a edição de Apollo 11 (Todd Douglas Miller), a cinematografia de Midnight Family (Luke Lorentzen) e a urgência moral de Always in Season (Jacqueline Olive). Liza Mandelup, por Jawline, ganhou um prémio especial como talento emergente.


A equipa de One Child Nation

Passando para a categoria de Cinema Mundial, onde no júri encontravamos Jane Campion, Charles Gillbert e Ciro Guerra, o triunfo coube a The Souvenir de Joanna Hogg. Apesar de ter sido uma decisão unânime deste júri, o público preferiu Queen of Hearts de May el-Toukhy.

Houve ainda prémios pela direção (Lucia Garibaldi por The Sharks), pela originalidade (Makoto Nagahisa por We Are Little Zombies) e pelas interpretações (Krystyna Janda por Dolce Fine Giornata). Monos de Alejandro Landes recebeu ainda um prémio especial.


The Souvenir

Nos documentários mundiais, o macedónio Honeyland, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, foi dominante. O projeto visualmente impactante sobre os últimos artesões do mel ganhou o Grande Prémio do Júri, um prémio especial pela cinematografia e outro pelo seu “impacto para a mudança“. Cold Case Hammarskjold viu o seu realizador, Mads Brugger, ser considerado o melhor, enquanto Midnight Traveler, de Hassan Fazili, conquistou ainda um prémio especial.


Honeyland

Finalmente, na secção NEXT, The Infiltrators de Cristina Ibarra e Alex Rivera, um docudrama sobre as migrações, foi o vencedor.

Recorde-se que o Festival de Cinema de Sundance recebeu um recorde de 14259 obras submetidas – incluindo 4018 longas-metragens. Foram selecionadas 112 de 33 países, sendo de realçar a variedade de propostas e a estratégia de inclusão. Dos 61 realizadores em 56 filmes, nas quatro principais categorias de competição de Sundance, 42% eram mulheres; 39% de etnias minoritárias; e 23%, pessoas que identificam-se como LGBTQ, segundo as estatísticas divulgadas pelo festival.

O evento encerra hoje, 3 de fevereiro.

 

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