Quarta-feira, 8 Maio

Berlinale: Tom Tykwer diz que #MeToo deve focar-se nos temas, não nos indivíduos

 

Tom Tykwer, realizador de filmes como Corre Lola Corre e Cloud Atlas, pediu que a questão do assédio sexual e do abuso de poder no Cinema seja discutido num contexto abragente, em vez de se concentrar em casos individuais: “Todos sabemos que isto é algo que não é apenas predominante no setor cinematográfico, mas sim um problema essencial de como as relações laborais verticais afetam as pessoas que estão no fundo. Isto é algo que se vê em todos os tipos de relacionamentos [de trabalho].”.

Tykwer, presidente o júri da 68ª edição do Festival de Cinema de Berlim, falou em conferência de imprensa, acompanhado pela produtora de Moonlight, Adele Romanski, a atriz Cécile de France, o ex-diretor da Filmoteca Espanhola, Chema Prado, o compositor japonês Ryūichi Sakamoto e a crítica de cinema Stephanie Zacharek.

O seu comentário surge devido ao facto do certame dar este ano grande destaque às campanhas #MeToo e #TimesUp, incluindo mesmo um painel de discussão sobre o assédio sexual, um espaço para aconselhamento e um seminário que encorajará as mulheres que sofreram assédio a falar.

O Futuro da Berlinale

Tykwer, que já apresentou no evento cerca de seis das suas obras, entre elas Heaven – Por Amor (2002) e The International – A Organização (2009), também falou da carta assinada por 79 cineastas alemães, incluindo Maren Ade, Christian Petzold e Sebastian Schipper, que pediram um “novo começo” para o festival quando o chefe Dieter Kosslick sair em 2019.

Para o cineasta, que não assinou a carta, o documento foi “concebido como crítica ao festival“, mas que na verdade foi “bastante construtivo“. Assim, Twyker considera “extraordinário” que os seus colegas desejem uma “mudança“, advertindo, porém, que essas alterações terão de ser preparadas com muito cuidado, cautela e devem incluir vários sectores da indústria do cinema.

O Festival de Berlim decorre de 15 a 25 de fevereiro de 2018 e abre esta noite 

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