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Olhares do Mediterrâneo encerra com uma nova vida aos 50 anos

Encerra hoje o Olhares do Mediterrâneo – Cinema No Feminino, certame que desde o dia 28 de setembro tomou conta do cinema São Jorge em Lisboa. A fechar o festival temos a exibição de Willy1er, um filme de Marielle Caultier que marcou presença na seleção 2016 da ACID (Associação do Cinema Independente para a sua Difusão) no Festival de Cannes.

Em Willy1er seguimos um homem de 50 anos que após a morte do irmão gémeo decide sair de casa dos pais e começar uma nova vida: «Vou para Caudebec. Vou arranjar um apartamento. Vou ter alguns amigos e vocês que se lixem».

O dia de hoje fica ainda marcado pela exibição de dois documentários com interesse redobrado. Primeiro temos Shores of Light, sobre como milhares de judeus chegaram ao sul de Itália depois da 2ª Guerra Mundial e foram bem recebidos pela população italiana mais pobre. Segue-se The Others, um trabalho sobre o genocídio Arménio na Anatólia Oriental.

A velhice, essa sacana

«Quando dizem que a velhice é melhor que a juventude, não acreditem. Que tem as suas alegrias e vantagens, não acreditem. Que atingem a sabedoria e a excelência, que merece respeito e reverência, não acreditem. A velhice é apenas melhor que a morte, mas até isso temos de descobrir se é mesmo verdade».

É com estas palavras que abriu 80 and Counting, uma reflexão sincera sobre o envelhecimento feito pela realizadora de 82 anos, Lina Chaplin. Exibido ontem, 30 de setembro,  o filme foca-se em três otagenárias e mostra a luta diária de todas com as surpresas que a terceira idade lhes reserva.

Antes disso, e no abrir do dia, tivemos ainda Les Ours de Pouldu, uma curta de Marion Truchaud sobre um filho que leva o pai para um lar, mas que decide fazer uma paragem na praia após ver uma foto antiga dos dois em Pouldu, na Bretanha (França).

Já a finalizar o dia surgiu Lucrecia, um filme curioso sobre as dificuldades de uma atriz que aos 50 anos anos já não consegue arranjar trabalho na sua área: «não há papéis para pessoas da tua idade», diz-lhe a sua agente.