Quinta-feira, 25 Abril

Arranca hoje o 25º Curtas Vila do Conde

O Curtas Vila do Conde comemora as suas bodas de prata. Não é todo os dias que um festival português atinge a 25ª edição e é com tal longevidade a servir de signo que o Curtas tem o privilégio de arrancar, hoje (8 de julho, prolongando-se até dia 16), com a antestreia nacional de O Outro Lado da Esperança [ler crítica], do tão celebrizado cineasta finlandês Aki Kaurismaki. Apresentado e premiado (Melhor Realização) no último Festival de Berlim. A obra aborda a integração dos refugiados sírios nesta Europa ainda atormentada pelo racismo, e é bem possível que seja um dos filmes do ano.

No mesmo dia, o mais recente trabalho de Kelly Reichardt, Certain Women, será também exibido. Trata-se da história de três mulheres completamente distintas e sem conexão que irão mapear uma obra de sensibilidade no feminino. O filme tem sido prezado pela crítica internacional e até premiado em diversos festivais, como o prémio máximo da competição do Festival de Londres, e em diversos círculos de crítica norte-americana.

The Other Side of Hope (Aki Kaurismäki)

Serão oito dias repleto de cinema para descobrir e para redescobrir, e como tem sido tradição nos últimos tempos, o festival tem-se cada vez mais assumindo como um estandarte da cinematografia portuguesa assim como da experimentalidade, pelo qual, poderemos ainda polvilhar os projetos da “nossa terra“. Aliás, não é por coincidência, que Terra, é o nome da exposição coletiva da nova geração de autores portugueses que vai desde Gabriel Abrantes (em colaboração com Ben Rivers), passando por Priscila Fernandes, Pedro Neves Marques, Joana Pimenta, Lúcia Prancha, Francisco Queimadela e Mariana Caló. A exposição, que ficará patente até 17 de setembro, estará exposta no Solar – Galeria de Arte Cinemática.

Na Competição Internacional encontraremos nomes fortes, veteranos, revelações e possíveis surpresas, tudo para um só propósito,  alcançar o prémio máximo do certame. A seleção é impressionante; Gabriel Abrantes, Latif Saïd, David O’Reilly, Hu Wei, Laura Poitras, Nele Wohlatz, Ben Rivers e Jia Zhang-ke. O mesmo se poderá aplicar à Competição Nacional, que vai desde Salomé Lamas a João Salaviza, Gabriel Abrantes a João Pedro Rodrigues.

Terrain Vague (Latif Saïd)

O Curtas apresentará ainda o ciclo F.J. Ossang, integrado na secção In Focus, onde será projectado a obra do cineasta, poeta, escritor e músico, conhecido pela sua marginalidade como sinal de prolificidade, uma figura eclética no panorama cultural francês. Na secção Stereo teremos o filme-concerto, The General (Pamplinas Maquinistas), o grande clássico de Buster Keaton, musicado pelo Atlantic Coast Orchestra, e ainda concertos de Evols, Mão Morta, Capitão Fausto, Chassol e Pega Monstro.

Por fim, dois “clássicos” da programação do Curtas, o Take One, uma plataforma que explora as novas linguagem do cinema em obras que desafiam as já estabelecidas convenções, nesta secção estará inserida um Workshop de Crítica de Cinema, contando com diversos e distintos oradores que vão desde o crítico norte-americano Dennis Lim, aos portugueses João Lopes, Jorge Mourinha, Sabrina D. Marques, os artistas visuais (Filipa César e João Tabarra) e o ex-crítico e agora cineasta Miguel Gomes. Quanto ao Curtinhas, dedicados aos mais novos, terá este ano a projeção de Gru, O Maldisposto 3.

F.J.Ossang

Para mais informação sobre a programação, ver aqui.

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