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Dez curtas-metragens a não perder no IndieLisboa

O formato teve sempre amplo espaço no festival: vários realizadores que estreiam no certame com curtas retornam anos depois quando realizam uma longa. O C7nema foi saber com um dos seus diretores, Miguel Valverde, alguns dos destaques desta edição que é, segundo ele, umas das “mais politizadas de sempre”. O IndieLisboa iniciou quarta-feira (03/05) e segue até 14. As sessões de curtas-metragens iniciam dia 6 (sábado).

HOT WINTER: A FILM BY DICK PIERRE

Jack Henry Robbins, EUA, fic., 2016, 18′

Competição

Jack Henry Robbins é filho de Tim Robbins e Susan Sarandon e, segundo Valverde, faz uma espécie de “soft porn” erótica para tratar da temática ambientalista. “Nós percebemos claramente, em relação às personagens, que um deles é o Trump e as mulheres estão relacionados aos escândalos nos quais ele está envolvido”. 

DEKALB ELEMENTARY

Reed Van Dyk, EUA, fic., 2016, 20′

Competição

Filme que fala do fenómeno, cada vez mais comum na América, dos homens que entram em escolas armados para atirar em que passar pelo caminho. Em “Dekalb Elementary”, baseado numa história real,  assiste-se 20 de ume tensa negociação entre um destes sujeitas e a secretária, que tenta controlá-lo para não ser morta, ao mesmo tempo que funciona como intermediária nas negociações com a polícia. “É muito contigo, com ótimas interpretações”, assinala o diretor do Indie.

NYO VWETA NAFTA

Ico Costa, Portugal/Moçambique, fic., 2017, 21′

Competição

Um dos sinais distintos desta produção portuguesa filmada em Moçambique é evitar o realismo mágico normalmente associado ao cinema africano. Aqui o tratamento é de um tema quotidiano (no centro da história está o desaparecimento de uma mulher) que poderia ter acontecido em qualquer outro país. Premiado no Visions du Reel, já passou por Roterdão e neste momento faz uma importante carreira no circuito de festivais.

THE WELFARE OF TOMÁS Ó HALLISSY

Duncan Campbell, Irlanda/Reino Unido, fic./doc., 2016, 30′

Competição

Documentário e ficção ao mesmo tempo, o filme trata do retorno às origens de Duncan Campbell, premiado artista do Reino Unido. Quando decide regressar à sua terra natal, o realizador dedica-se a pensar no que é ser irlandês e comparar o país atual com aquele que deixou e nos anos 70.

DER WOHLWOLLENDE DIKTATOR/THE BENEVOLENT DICTATOR

Bernhard Braunstein, Martin Hasenöhrl, Albert

Lichtblau, Áustria/França, doc., 2016, 35′

Competição

O título do filme já é muito sugestivo e conta a história de um judeu foragido do holocausto e hoje vive no Malawi, país que não prima propriamente por um governo democrático. Ocorre que este personagem tem uma bela vida no país, recebendo pensões de Alemanha e Inglaterra e defendendo ideias perturbadoras sobre como é bom viver sob uma ditadura. Como observa Valverde, “é um filme que levanta imensas questões”.

115 DB

Lucile Chaufour, França, doc., 2017, 40′

Silvestre

Uma boa sugestão para fanáticos de automobilismo e de motas. O documentário uma prova no estilo das “24 Horas de Le Mans”, só que de motas. “Basicamente estamos nos bastidores a sentir a adrenalina, estamos a ver tudo o que está a acontecer, as mudanças de condutor, as máquinas, os computadores… tudo”.

GREEN SCREEN GRINGO

Douwe Dijkstra, Holanda, doc./exp., 2016, 16′

Silvestre

Politicamente é muito interessante, embora à partida possa parecer ingénuo”, diz Valverde desta proposta inusitada. O holandês Douwe Dijkstra foi ao Brasil na altura do golpe da destituição de Dilma e saiu pelas ruas com um “chroma key” a filmar pessoas. Ao mesmo tempo, lança o seu olhar de estrangeiro para tentar perceber o que se está a passar…

SEVINCE/WHEN YOU LOVE

Süheyla Schwenk, Alemanha, fic., 2016, 30′

Silvestre

Obra que retrata o amor proibido entre duas mulheres muçulmanas (uma iraniana e outra turca) que vivem na Alemanha. Ambas são casadas. Vivendo num país ocidental elas poderiam, eventualmente, fazer o que quisessem, mas pertencem a um universo mais restritivo nesta área. No caso de uma delas, por exemplo, o rosto só se vê passados dez minutos de filme, pois até mesmo na rua usa a burka.

FREMDKÖRPER/TRANSPOSED BODIES

Katja Pratschke, Gusztáv Hámos, Alemanha, fic., 2002, 27′

Silvestre Foco

Entre os projetos da dupla em Foco da secção Silvestre, o diretor do Indie destaca “Tranposed Bodies”, obra livremente inspirada num conto de Thomas Mann (“The Transposed Heads”) que, por seu lado, guarda semelhanças com a história que inspirou “Jules et Jim”. Para completar a mistura, este foto filme é, também, inspirado em La Jetee, clássico de Chris Marker. A história é de dois amigos que perdem, literalmente, a cabeça por uma mulher…

KILLING KLAUS KINSKI

Spiros Stathoulopoulos, Colômbia, fic., 2016, 21′

Director’s cut

Na seção dedicada a filmes sobre cinema um dos destaques é a curta que vai investigar a história (ou mito…) envolvendo as relações entre o cineasta Werner Herzog e o ator Klaus Kinski durante as filmagens do clássico “Fitzcarraldo”. Reza a lenda que, às tantas farto do comportamento e do constante mau humor do ator, Herzog tenha pensado em matá-lo. Consta que a ideia teve apoio entusiástico dos índios – que ainda foram mais longe e deram a ideia de envenenar uma seta para alvejar o intérprete…