Tamer Nafar é o primeiro rapper da Palestina e a estrela de Junction 48 (foto acima), filme de Udi Aloni que recebeu hoje o prémio da audiência no Festival de Berlim. A distinção é entregue aos trabalhos incluídos na sessão Panorama. A história gira em torno de um jovem e a sua namorada que moram numa pequena cidade perto de Tel Aviv – onde convivem árabes e judeus. Oprimidos externamente por Israel e internamente pelas regras rígidas da sua própria comunidade patriarcal, os dois encontram na música uma forma de busca de liberdade e felicidade. Este foi o sexto trabalho do realizador israelita a entrar em concurso na Berlinale.
Outros dois projetos foram distinguidos pelos espetadores na área da ficção – cabendo o segundo lugar a Fukushima mon Amour, da veterana realizadora alemão Doris Dörrie, um drama em preto-e-branco de duas mulheres sobre as ruínas da cidade após a catástrofe de 2011.
Já o terceiro filme distinguido foi o novo trabalho do sul-africano Oliver Scmitz (de A Vida, Acima de Tudo), Shepherds and Butchers, e traz Steve Coogan e Andrea Riseborough como protagonistas. Trata-se de uma história de tribunal baseado num caso verídico, quanto um jovem branco causou um acidente que vitimou sete rapazes negros na África do Sul no final dos anos 80.
Israel prova uma presença em grande no festival vencendo também o prémio da audiência para Melhor Documentário com Who’s Gonna Love me Now, filme que aborda a vida de um homem exilado do seu kibutz há 17 anos e assumindo a sua homossexualidade em Londres. Quando diagnosticado com o HIV, no entanto, o retorno torna-se inevitável… Ficaram nos segundos e terceiro lugares, respetivamente, o holandês Strike a Pose, de Reijer Zwaan, e o coreano Weekends, de Lee Dong Ha.
Segundo a organização do festival, cerca de 30 mil votos foram entregues pelos espetadores no final das sessões – escolhendo os seus filmes favoritos num lote de 51 filmes de 33 países – dos quais sete documentários. A cerimónia oficial de entrega dos prémios será no domingo (21/02).
