Quinta-feira, 18 Abril

Arranca hoje (31/01) em Lisboa o Play – festival de cinema infanto-juvenil

Arranca amanhã, dia 31 de janeiro, e prossegue até 8 de fevereiro, no cinema São Jorge, a segunda edição do PLAY: Festival Internacional de Cinema Infantil & Juvenil de Lisboa, o qual poderemos contar com uma semana inteira de diversão e muito cinema direccionado para os mais novos, como também possível ser partilhado pelos mais graúdos. Depois de uma bem sucedida inauguração em 2014, o festival foi visto por mais de 6000 espectadores, o PLAY aposta numa programação mais ambiciosa, diversificada e especializada em alimentar o “bicho cinéfilo” dos mais jovens, ao mesmo tempo garantindo-o a entretenimento procurado. Serão apresentados mais de cem filmes, incluindo uma vasta gama de curtas-metragens, correspondentes aos quatro cantos do Mundo, divididos entre acção real e animação, todos eles de produção recente.

O festival, tal como sucedera no ano passado, demonstra uma preocupação em especializar cada obra cinematográfica para as respectivas idades aconselhadas, de forma a alimentar o intelecto destas, assim como satisfazer as suas necessidades. Neste campo destaca-se curtas como as de Dice Tsutsumi e Robert Kondo, O Guardião da Barragem (The Dam Keeper), que se encontra entre os nomeados ao Óscar de Melhor curta-metragem de animação, o brasileiro Cabeça de Papelão (Quiá Rodrigues), o considerado Melhor Filme de Animação no Grande Prémio Cinema Brasil em 2013. Baseado num livro de João do Rio, esta pequena produção funciona com uma sátira à auto-estima e aos padrões instalados da sociedade que afectam as minorias e as singularidades individuais. A não perder, é a curta Uma Corrida (Beach Flags, Sarah Saidan), uma produção francesa que esboça uma jovem iraniana que compete na competição internacional de nadadora-salvadora na Austrália, um dos exemplos que evidencia a preocupação do festival em expor uma diversidade cultura e temática para as suas audiências.

O mesmo sucede com a mostra de longas-metragens, o PLAY exibirá três longas-metragens inéditas no nosso país, contando como sessão de abertura a produção espanhola Floco de Neve (Copito de Nieve, André G. Schaer), um misto de animação e acção que tem como base a real história do falecido gorila albino do Zoo de Barcelona, Floco de Neve. A co-produção dinamarquesa e sueca, Resan till Fjaderkungens Rike (Um Outro Mundo, Esben Toft Jacobsen), que esteve presente na secção Generations do Festival de Berlim do ano passado, nos remete uma história de procura pelos entes queridos em mundo fantásticos. E por fim, não menos importante, a produção checa O Tigre Azul (Modry Tygr, Petr Oukropec).

Ateliers e masterclasses é que não faltarão nesta segunda edição, entre os quais o de Criação de Marionetas que será coordenado por Georgina Hayns, supervisora criativa no laboratório de marionetas da Laika Films, tendo trabalhado anteriormente com o cineasta Tim Burton nos filmes A Noiva Cadáver e Marte Ataca!. No âmbito da sua presença, o PLAY exibirá duas obras de êxito do estúdio Laika Filmes, estes são Os Monstros das Caixas e Coraline. Os ateliês Ruidagem e Ver um Filme com o Argumentista regressarão para mais uma edição, o primeiro com o antropologista Pedro Sabino, um espaço de criação de sons para imagens existentes, e o segundo com o argumentista Vergilio Almeida que falará da sua obra, Papel de Natal (José Miguel Ribeiro). Por sua vez, o artista Nuno Bernardo conduzirá dois ateliês; Hoje vou Animar-me!, sobre as fases metamórficas que compõem um filme, e O Tempo aos Pedaços, um exercício de relacional entre tempo e narrativa.

Para alimentar a veia mais cinéfila dos espectadores, o PLAY com parceria da Cinemateca-Portuguesa Museu do Cinema irá reconstituir uma sessão de cinema dos primeiros “passos” de vida da 7ªArte, pouco tempo depois da primeira sessão pública dos irmãos Lumiére, que decorreu num café de Paris no dia 28 de Dezembro de 1896. Em tributo ao nascimento do Cinema, esta sessão especial que decorrerá no Palácio da Foz, com acompanhamento de piano, apresentará quatro filmes de teor “fantástico” que datam esses primórdios tempos, antecedidos por um reconstituição da mencionada primeira sessão. Os filmes seguintes são duas obras de George Méliès, o pai da narrativa cinematográfica (Baile até à Meia-Noite, Á Conquista do Pólo Norte), e do menos conhecido, Segundo de Chómon (Viagem à Lua, Mágica Bruxa). Encerra com a primeira curta-metragem de Charles Chaplin, Easy Street (Charlot na Rua da Paz).

 

 

 

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