Sexta-feira, 29 Março

17 filmes revelam diversidade do cinema latino-americano

A seleção da 5ª Mostra da América Latina foi divulgada ontem (24/11) em Lisboa e será composta por um total de 17 filmes, 12 dos quais longa-metragens. O panorama decorre entre os dias 10 e 14 de dezembro no cinema São Jorge, na capital, e de 30 de janeiro a 1 de Fevereiro na Casa das Artes, no Porto – naquela que é a primeira realização do evento na cidade.

Nove países surgem representados no certame, buscando a variedade que, conforme observou a diretora da Casa da América Latina, Manuela Júdice, é um dos critérios essenciais na seleção dos projetos. Atualidade, exclusividade, qualidade e acessibilidade (filmes que estejam fora do circuito comercial) são as demais diretrizes na hora de escolha das obras.

Para além do filme de abertura, Relatos Salvajes, que fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes e foi escolhido pela Argentina para representar o país na corrida aos Oscars de Melhor Filme em Língua Estrangeira, outro dos destaques é A Jaula de Ouro (foto acima), outra obra que também passou por Cannes (na mostra A Certain Regard em 2013) e cuja distribuição em Portugal está assegurada para o próximo ano. Narra-se aqui a odisseia, repleta de momentos dramáticos, de três meninos mexicanos que decidem chegar aos Estados Unidos.

Junto a Rio 2096: uma História de Amor e Fúria, animação premiada em Annecy que reconstrói a história do Brasil e inclui uma distopia futurista à Matrix, mais a curta-metragem colombiana Solecito (de Oscar Ruiz Navia), fica composta a seção Novos Caminhos, uma novidade este ano que visa destacar temas como a imigração ao mesmo tempo que procura chegar a espectadores mais jovens.

Na mostra principal, Horizontes, vale ressaltar obras como Azul Y no tan Rosa, vencedor do Goya ibero-americano de 2013, La Demora, prémio do júri na seção Fórum do Festival de Berlim em 2012 e Los Hongos, do já citado Navia, que retorna depois do enorme hype alcançado com El Vuelco del Cangrejo (2010). Por fim, entre as curtas é de conferir especialmente o delirante The Voice Thief, com Asia Argento, que marca a estreia na realização do filho de Alejandro Jodorowsky, Adan.

A programadora do certame, Maria Xavier, lembrou que, pela primeira vez, a programação inclui uma seção retrospetiva – neste caso dedicada ao cineasta brasileiro Eduardo Coutinho, falecido no início deste ano. Quatro títulos serão exibidos: Edifício Master (2002), Jogo de Cena (2007) e, o último que realizou, As Canções, de 2011. Além destes, Eduardo Coutinho, 7 de Outubro, é uma conversa conduzida por Carlos Nader que coloca à frente das câmaras um homem que dedicou a sua arte a entrevistar pessoas – normalmente com excelentes resultados.

 

 

 

 

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