Sexta-feira, 29 Março

Arranca hoje (16/10) o DocLisboa’14

Começa esta quinta-feira mais uma edição do DocLisboa, festival de cinema dedicado aos documentários. Com 12 anos de idade, o Doclisboa tem já um estilo próprio, explorando mais o formato do documentário e a sua relação com a ficção do que os conteúdos. Ainda assim, e como nos anos anteriores, há uma corrente política muito forte em toda a sua programação, como se pode ver pelos seus filmes de abertura – Maïdan (A Praça), de Sergei Loznitsa (que ainda o ano passado nos apresentou In The Fog ) – e de encerramento – Sosialismi, do recém falecido Peter von Bagh – o primeiro um documentário sobre a famosa praça com o mesmo nome, epicentro de protestos populares no final de 2013 e o segundo um filme-ensaio sobre o Socialismo no século XX.

Dedicado à memória de von Bagh, o festival homenageia outros três realizadores desaparecidos também este ano: Alain Resnais, Eduardo Coutinho e Harun Farocki, com a exibição de vários dos seus filmes. Haverá também uma secção dedicada ao Neo-Realismo, com a apresentação de clássicos deste movimento de Luchino Visconti, Roberto Rossellini, Michelangelo Antonioni e outros, e, como em todos os programas anteriores, uma secção dedicada à música – Heartbeat – com filmes dedicados a Camané, Dominguinhos, Pulp, Elliot Smith e Gentleman, entre outros.

As competições de longas estão cheias de conhecidos de outras edições como Wang Bing (vencedor do prémio em 2012), Eric Baudelaire (que apresentou os seus dois filmes anteriores em edições do festival), Edgar Pêra (que há quatro anos apresentou o seu Punk is not daddy na competição), Daniel Hui (outro premiado deste festival), João Vladimiro e Raul Domingues (vencedores no Indielisboa) e Jorge Pelicano (que apresentou Pare, Escute e Olhe na edição de 2010), bem como alguns realizadores novos, se bem que, para os mesmo novos, há a secção “Verdes Anos“, onde se podem ver filmes realizados em contexto académico nas várias escolas de cinema que há pelo país.

Para além de todas estas secções há ainda a de “Riscos“, onde se explora a vanguarda e o experimentalismo, “Cinema de Urgência“, este ano dedicado à Ucrânia, o Médio-Oriente e a pequenos actos de resistência/protesto que vão decorrendo pelo mundo, e uma Retrospetiva dedicada a Johan Van Der Keuken na Cinemateca. Como já tem decorrido de alguns anos para cá, a secção “Passagens” abandona a sala de cinema e estende-se a outros meios, com uma exposição na Fundação EDP.

Este ano, para além da Culturgest, do São Jorge, do Cinema City Campo Pequeno e da Academia Almadense, o festival decorre também no Cinema Ideal, localizado na Rua do Loreto, perto do Largo de Camões. São centenas de filmes, longas e curtas, para ver em 10 dias, a começar já na quinta-feira. O Programa pode ser consultado aqui e os bilhetes podem ser comprados já nas bilheteiras do São Jorge e da Culturgest.

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