Quinta-feira, 28 Março

Festa do Cinema Francês terá documentário como filme de abertura

Uma obra da realizadora Julie Bertucelli, a quem coube as honras do encerramento do Festival de Cannes de 2010 com A Árvore, foi escolhida para a abertura da 15ª edição da Festa do Cinema Francês. La Cour de Babel, estreado em França há sete meses e merecedor de uma receção entusiástica da imprensa do país, retrata de forma emocional a experiência de adolescentes dos quatro cantos do mundo que frequentam uma escola parisiense para aprender francês.

O festival, cuja programação foi divulgada em conferência de imprensa realizada hoje (16/09), em Lisboa, arranca a 2 de outubro e decorre até 22 de novembro – estendendo-se por 18 cidades do país. Trata-se da mais ambiciosa edição do evento que, no ano passado, esteve presente em sete cidades e alcançou um público de cerca de 23 mil espetadores. Conforme observa um dos organizadores, Jean-Chrétien Sibertin Blanc, «o objetivo este é ano é chegarmos aos 50 mil».

Maior número também no número de filmes: as antestreias este ano ultrapassam as 20 habituais e chegam às 26. Entre outras obras previstas nesta seção, destaque para L’Amour est un Crime Parfait, protagonizado por um grande elenco que inclui Mathieu Amalric, Karin Viard, Maïwenn, Sara Forestier e Denis Podalydès, Sur le Chemin de L’école, um documentário sobre crianças que esteve entre os maiores sucessos das bilheteiras francesas de 2013, e Les Combattants, outro dos preferidos dos críticos e que teve a sua estreia na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes deste ano.

Ainda no universo de filmes inéditos, destaque para os dois últimos trabalhos de Alain Resnais, falecido este ano. Vocês ainda não Viram Nada, estreado na edição de Cannes 2012, e Amar, Beber e Cantar, vencedor de dois prémios no último Festival de Berlim, são os filmes que encerram a carreira do realizador.

CICLOS ESPECIAIS

Resnais terá uma retrospetiva da sua carreira, que incluem títulos como Hiroshima mon Amour (Hiroshima, Meu Amor, 1959), L’année Dernière à Marienbad (O Último Ano em Marienbad, 1961), Muriel ou le Temps d’un Retour (Muriel ou o Tempo de um Regresso, 1963), Stavisky (Stavisky, o Grande Jogador, 1974), Providence (1977), Mon Oncle d’Amérique”(Meu Tio da América, 1980), Melo (Mélo, 1986), I Want to Go Home (Quero Ir para Casa, 1989), On Connaît la Chanson (É sempre a mesma Cantiga), Smoking/No smoking (Fumar/Não Fumar, 1993), Les Herbes folles (As Ervas Daninhas, 2003) e Coeurs (Corações, 2009) – além das curtas-metragens Guernica, Les Statues Meurent aussi, Nuit et Brouillard.

Outro mestre do cinema francês, Marcel Pagnol, será homenageado com alguns dos seus trabalhos. Pagnol, falecido em 1974, é conhecido pelos retratos da vida provinciana francesa e surge aqui com quatro versões restauradas das suas obras: Le Schpountz (em Portugal foi lançado com o título de Schpountz, o Anjinho), Naïs (1945), Topaze (1951) e Les lettres de mon Moulin (1954). O neto do realizador, Nicholas Pagnol, estará presente no evento.

O tradicional ciclo universo da animação traz oito filmes, entre os quais o belíssimo Une Vie de Chat, nomeado ao Oscar da categoria em 2011.

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